Polícia Civil indicia cabo da PM por matar adolescente dentro de escola no Rio

    Fábio de Barros Dias vai responder por homicídio doloso; para delegado, cabo assumiu risco de matar estudante

    Duda, morta pela PM dentro da escola em 30/3 | Foto: Reprodução Facebook

    Um inquérito policial concluiu que o cabo da PM Fábio de Barros Dias matou a estudante Maria Eduarda, 13 anos, baleada dentro da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, em Costa Barros, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 30 de março. Ele foi indiciado por homicídio doloso com dolo eventual — quando o criminoso assume o risco de matar. Outro suspeito pelo crime, o sargento David Centeno, não foi indiciado

    Segundo Breno Carnevalle, delegado assistente da Delegacia de Homicídios responsável pela investigação, a perícia de confronto balístico constatou que o projétil que atingiu Maria Eduarda partiu da arma de Dias. “Com a reprodução simulada dos fatos, foi possível concluir a posição em que o policial estava”, disse o delegado. “Concluímos que o policial disparou contra a escola sem que estivesse sendo ameaçado”, acrescentou. “Portanto ele vai responder por homicídio doloso por ter assumido, de forma concreta, o risco de matar inocentes”, finalizou.

    A Delegacia de Homicídios, além do indiciamento do policial militar, também solicitou à Justiça que o cabo Dias seja proibido de se aproximar e manter contato com as testemunhas que prestaram depoimentos durante a investigação.

    O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) informou que recebeu nesta segunda-feira (26/6) o inquérito do caso da morte da Maria Eduarda e tem 15 dias para análise dos autos e não pode passar mais detalhes sobre o caso.

    A morte de Eduarda

    Maria Eduarda fazia aula de educação física quando foi morta no pátio da escola. Um dos disparos que atingiu a menina saiu de um fuzil calibre 7.62, usado pelo cabo Fábio de Barros.

    No mesmo dia em que a estudante foi morta, os policiais militares do 41º Batalhão da Pmerj, o mais letal do Rio de Janeiro, Fábio e David Centeno, foram flagrados executando dois homens que estavam feridos e caídos no chão, atrás do colégio. Os policiais já haviam se envolvido em 16 casos de autos de resistência, como são registrados homicídios de pessoas em confronto com a polícia.

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