Informação de uma possível remoção deixou as famílias que vivem debaixo do viaduto na praça 14 Bis apreensivas nesta manhã; prefeitura de SP garante que serviço foi programado e solicitado pelos próprios moradores
“A quantidade de caminhão que tinha, de GCM, tinha muito GCM. Era muito caminhão, uma frota. O objetivo era tirar a gente daqui. O que salvou a gente é que a informação vazou e vocês, da imprensa, estão aqui”, afirma Emerson Aguiar, de 25 anos, em situação de rua desde que chegou da Bahia, em 2014. “Fiquei em um emprego por algumas horas. Era uma serralheria. O dono não quis que eu ficasse porque eu morava na rua”.
Essa é uma das muitas histórias que podem ser encontradas na praça 14 Bis. O vazamento de uma informação – confirmada por uma fonte ligada ao Condepe na noite de ontem – de que a prefeitura e a polícia militar fariam uma operação conjunta para remover os moradores dali, causou apreensão. Moradores relatam que ontem (26/7) assistentes sociais estiveram na praça e recomendaram que deixassem o local, porque no dia seguinte (27/7), eles seriam retirados.
No final das contas, apesar do grande aparato entre caminhões da prefeitura, Guarda Civil Metropolitana e a PM que prestava apoio, houve um acordo e a administração municipal disse “que estava no local apenas para retirar lixo”. O integrante do movimento estadual da população em situação de rua, Robson, confirmou a informação: ” chegaram no acordo de apenas retirar o descarte, só o que estivesse em excesso”. Ao final dos trabalhos de limpeza, um morador identificado como Lucas, de 22 anos, se irritou.
“Eu presenciei o pessoal chegando aqui. Claro que eles queriam tirar a gente. Aí como não conseguiram eu disse ‘tchau’. Aí um GCM disse ‘é por pouco tempo’. Aí eu respondi ‘é por pouco tempo, mas vamos pra um lugar melhor ‘”.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo informou, por telefone, que “o que aconteceu na praça 14 bis foi uma ação de limpeza solicitada pelos próprios moradores do local”.
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