Financiamento coletivo, que termina amanhã, busca fortalecer capoeira nos dois países africanos
Desde que chegou a São Paulo, em 1999, vindo de Itacaré, na Bahia, Ronivon Nascimento sempre viveu de ensinar a capoeira que aprendeu em sua cidade natal com seu mestre, Jamaica. Saudado nas rodas pelo “nome de capoeira” Bico Duro, Nascimento trabalhou durante 12 anos na Fundação Casa, ensinando a ginga e os golpes para os adolescentes internados. “Ali eu vi o poder que a capoeira tem de transformar a vida dos meninos. Desde então, meu sonho foi desenvolver um projeto próprio para ensinar capoeira às crianças”, conta o mestre de capoeira.
Bico realizou seu sonho ao criar o Tribo Mirim, um projeto voluntário que ensina capoeira a 20 crianças da comunidade Bica da Pedra, na Vila Anglo, zona oeste de São Paulo. O projeto tem filiais nas cidades paulistas de Morungaba, Ilhabela, São Bernardo do Campo e já começa a se expandir para a África, na cidades de Luanda, em Angola, e Maputo, em Moçambique. Para fortalecer o projeto em terras africanas, que ainda está no começo, Ronivon e seus parceiros de capoeira lançaram um projeto de financiamento coletivo, o Tribo Bahia África-Brasil, que se encerra amanhã.
“A proposta é levantar fundos para fortalecer o projeto, levando calças, camisetas e instrumentos de música que na África eles têm dificuldade de encontrar”, explica Nascimento. Além de doar materiais de capoeira, o projeto, orçado em R$ 45 mil, também se propõe a formalizar parcerias com ONGs, gravar um documentário sobre a cultura local, realizar diversas oficinas e incentivar as comunidades próximas.