Moradores homenageiam policiais que mataram 10 no Morumbi

    “Mortes foram consequências de uma ação positiva”, disse o prefeito regional do Butantã, Paulo Vitor Sapienza

    Nesta terça-feira, 5, os policiais envolvidos na operação que resultou na morte de dez pessoas foram homenageados pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Morumbi. A ocorrência foi a mais violenta da história da Polícia Civil, segundo a Ouvidoria da Polícia de São Paulo.

    Os moradores do bairro nobre da zona sudoeste de São Paulo entregaram canetas estilizadas e placas de honra ao mérito pela ação realizada no último domingo, 3, pelos policiais civis do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

    O evento é realizado todos os anos no mês de setembro, como comemoração ao aniversário do Conselho, que completa 24 anos. A principal atração da solenidade é a entrega de prêmios à pessoas e instituições que “desenvolvem um bom trabalho para a segurança da região”, de acordo com a vice-presidente do conselho, Júlia Titz. Ainda segundo ela, a associação não poderia deixar de parabenizar os envolvidos pela operação realizada com êxito no fim de semana.

    Já para o prefeito regional de Butantã, Paulo Vitor Sapienza, “as mortes foram consequência de uma ação positiva”. E classificou a operação com nota 10, pois segundo ele, não houve policiais feridos e uma quadrilha foi encerrada.

    O Conselho Comunitário de Segurança é formado por moradores e policiais da região e tem como objetivo discutir os problemas e buscar soluções para a segurança do bairro.

    Um tiroteio e dez consequências

    A Polícia Civil informou que investigava há meses a suposta quadrilha, através do Deic. A unidade de inteligência do Departamento recebeu informações sobre um roubo que aconteceria ontem, e que culminou no tiroteio na Rua Pureus, no Morumbi. Os policiais fizeram buscas das 13h até 19h30, hora da troca de tiros, ocorrida também nas ruas Sebastião Cabot e Santo Eufredo.

    De acordo com as investigações, os criminosos usaram dois carros nos roubos. Um deles foi encontrado com cinco suspeitos, que teriam revidado após baterem com um carro da polícia. Atingidos, três morreram no local e dois, que tentaram fugir, morreram em ruas próximas. Os outros cinco suspeitos estavam em uma caminhonete, que bateu em um poste. Ninguém foi socorrido: todos morreram no local.

    Segundo o relato dos policiais, todas as mortes ocorreram em troca de tiros. Os suspeitos utilizavam um carro blindado e coletes à prova de balas. Foram aprendidos com o grupo quatro fuzis, três revólveres e duas pistolas. Os primeiros suspeitos já haviam roubado joias e se preparavam para abrir o cofre quando abordados pela polícia.

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