Renda será revertida para a Casa Redonda, que precisa de dinheiro para continuar existindo; entre os destaques da programação está o rapper Crônica Mendes
A comunidade do Morro do Macaco, em Cotia, na Grande de São Paulo, fica esquecida e longe de qualquer projeto público de lazer e cultural. O único ponto de respiro e alívio para as agruras do cotidiano é a Casa Redonda, uma espécie de centro comunitário de acolhida, integração, educação e cultura idealizado pelo ativista Marcos Batata.
Para manter de pé o projeto e ampliar as atividades foi lançada uma campanha de financiamento coletivo no Catarse e, neste domingo (26/11), acontece um festival musical no centro da capital que reúne atrações que vão do samba ao rock.
O festival Samba do Chapéu toca pra Casa Redonda! começa às 13h, na sede da Cia. Mungunzá de Teatro, na rua dos Gusmões, 43, perto da estação Luz do Metrô. São quatro shows na programação. O primeiro é o elegante e ritmado encontro do Samba do Chapéu e o Samba da Lata, duas tradicionais rodas de samba paulistanas. Na sequência, sobe ao palco o grupo de reggae Inconsciente Coletivo.
“Este festival é a prova de que essa coisa da boa vontade, do desejo de colaborar, da bondade entre as pessoas, tem um poder muito forte. Aqui pudemos unir o samba e o punk, o reggae e o rap para uma causa onde não cabe nenhum preconceito. Diminuir a desigualdade no Brasil , por meio da cultura e educação, é dever de todos os estilos, de todos nós”, diz Batata.
O terceiro show é da banda de rock A Ferramenta. A festa acaba com um grande show de rap com o Crônica Mendes. “É importante valorizar e potencializar os centros culturais que temos nas periferias. É impressionante como somos jogados cada vez mais para longe, cada vez mais para a senzala, nos negam cultura, saúde e lazer, mas não estamos de braços cruzados, parados, estamos reerguendo nossos pilares nesses centros culturais por iniciativa da própria quebrada, estamos fomentando cultura, despertando a nossa juventude e nos preparando. Todo centro cultural de periferia é um quilombo. É resistência”, diz Crônica Mendes.
Uma outra ação para o financiamento da Casa Redonda é uma série de workshops de diversos temas com profissionais consagrados, como o premiado fotógrafo e diretor de filmes João Wainer.