Suspeito de matar Gegê e Paca tentou resgatar Marcola, aponta MP

     Gilberto Alves dos Santos, o Fuminho, teria alugado duas aeronaves para resgatar líder da facção; líderes mortos são acusadas de roubo e de acumular patrimônio de R$ 8,6 milhões

    Gilberto Alves dos Santos, o Fuminho, suspeito de mandar matar líderes do PCC | Foto: reprodução

    O traficante Gilberto Alves dos Santos, o Fuminho, suspeito de mandar matar Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, era investigado por ter planejado outra ousada ação do PCC (Primeiro Comando da Capital). O Ministério Público Estadual apurou que em fevereiro de 2014, Fuminho pretendia resgatar quatro presos da cúpula do PCC, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

    Segundo o MPE, Fuminho iria usar na ação dois helicópteros, um modelo Bell e outro Esquilo, blindados, preto e vermelho, mesmas cores e modelo do Águia da Polícia Militar de São Paulo. O plano não foi colocado em prática, porque foi descoberto pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público. As investigações apontaram que Fuminho era o responsável por recrutar pilotos de helicópteros para o PCC. Ele também teria financiado até cursos para alguns alunos.

    O Ministério Público Estadual já sabe que Gegê do Mangue e Paca embarcaram em um helicóptero na última sexta-feira (16/2), em Fortaleza, no Ceará, e minutos depois apareceram mortos em uma região de mata na aldeia indígena de Aquiraz.

    As suspeitas contra Fuminho aumentaram na manhã desta quinta-feira (22/2) quando foi divulgado o teor de um bilhete apreendido no último domingo na saída das visitas da P2 de Presidente Venceslau. A mensagem, divulgada na manhã desta quinta-feira (22/2) pela Ponte Jornalismo, diz que Fuminho teria mandado matar Gegê do Mangue e Paca.

    Fuminho é apontado pelo Ministério Público Estadual como o gerente de Marcola nas ruas e controlaria do Paraguai o tráfico de drogas para o PCC. A Polícia Civil do Ceará tem imagens do piloto, cujo prenome seria Felipe, de Gegê, Paca e de outro homem, ainda não identificado, embarcando no helicóptero em um hangar na Praia do Futuro, em Fortaleza.

    Modelos Bell (acima) e Esquilo, como os da foto, seriam usados para resgate de Marcola | Foto: reprodução

    Policiais apuraram o prefixo da aeronave usada na ação em Fortaleza. De acordo com o MPE, Gegê e Paca pretendiam ir para a Bolívia. Durante o trajeto, o piloto Felipe simulou uma pane e fez um pouso. Os dois homens do PCC foram emboscados e executados a tiros. A aeronave levantou voo e, segundo apurações da Polícia Civil do Ceará, seguiu em direção ao Rio Grande do Norte.

    No bilhete apreendido por agentes penitenciários consta que Gegê e Paca foram mortos porque estavam roubando dinheiro do PCC. Ambos foram assassinados a mando da própria facção. Investigadores do Ceará apuraram também que Gegê e Paca teriam adquirido, em um ano, imóveis e veículos de luxo avaliados em R$ 8,6 milhões em Fortaleza.

    Carros e mansões de Gegê e Paca no Ceará | Foto: divulgação

    Seriam duas casas de alto padrão em condomínios de Aquiraz e Eusébio, uma mansão na praia de Uruau, litoral leste do Ceará e um apartamento de 200 metros quadrados no bairro nobre de Dionísio Torres, além de duas BMW e duas Land Rover.

    Outro lado

    Advogados do preso Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, disseram que ele não tem nenhuma relação com as mortes de Gegê do Mangue e de Paca e que não conhece nenhum Fuminho.
    Os defensores de Gegê do Mangue e de Paca não quiseram se pronunciar sobre o caso. Em depoimento à Polícia Civil do Ceará, parentes de ambos disseram que eles foram assassinados por pessoas muitas próximas.

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