Geógrafo adormeceu durante trajeto na linha 8-Diamante e, ao chegar na estação Itapevi, teria sido acordado por dois seguranças com socos e chutes

O geógrafo Alexandre Romão dos Santos, de 37 anos, foi pegar o último trem para voltar para casa após ter saído com uns amigos para beber no bairro da Barra Funda, zona oeste da capital paulista. Entrou na estação de mesmo nome para fazer a transferência para a linha 8-Diamante da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), com destino a Itapevi, e acabou adormecendo no trajeto. Por volta da 1h30 da madrugada de sexta-feira (13/7), ao chegar na estação de destino, ele conta que estava sozinho dentro do trem e dois seguranças o agrediram para que saísse do vagão.
“Um segurança me acordou e eu estava sonolento, perguntei onde estava, qual era a estação e ele começou a ficar sem paciência e agressivo por causa do meu questionamento. Ele disse ‘você está bêbado, viado do caramba’ e começou a me agredir do nada”, relata. De acordo com o geógrafo, um dos funcionários deu um soco no seu nariz, o empurrou para sair do vagão e continuou xingando. O outro também o atingiu com chutes e o empurrou para fora da estação e fechou a entrada.
Alexandre afirma que não conseguiu se atentar a algum tipo de identificação dos seguranças. Apenas descreveu ambos como homens de estatura mediana, entre 1.75m e 1.80m, de cor parda, e cabelos encaracolados pretos curtos. “Ninguém viu na hora, só as câmeras se segurança que registraram”, aponta.

Com o nariz sangrando, ele voltou para casa e, no mesmo dia, registrou boletim de ocorrência na delegacia de Itapevi. O delegado José Marcos Girão solicitou que Alexandre passasse por exame no IML (Instituto Médico Legal) para iniciar as investigações. A Ponte tentou contato com a delegacia, mas não teve retorno até as 14h desta terça-feira (17/7).
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da CPTM informou que verificou o circuito de filmagens das câmeras da estação e “já identificou os vigilantes terceirizados, que foram afastados do serviço para a realização de apuração interna”. O órgão afirma, ainda, que “as imagens serão disponibilizadas à Autoridade Policial, responsável pela investigação. A CPTM ressalta que repudia o uso de violência por parte de empregados e de terceirizados.”.