Estudantes, professores e movimentos sociais se manifestaram contra os cortes de verba na educação; em São Paulo, ato foi pacífico e grupos também criticaram a reforma da previdência
O “Primeiro Grande Ato pela Educação” reuniu milhares de estudantes, professores e pessoas contrárias aos cortes na educação, no centro de São Paulo, nesta quarta-feira (15/5). O protesto começou na Avenida Paulista, no Vão Livre do Masp, e seguiu pela avenida Brigadeiro Luis Antonio até alcançar o prédio da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), já na zona sul, onde terminou. Todos os estados registraram protestos contra o congelamento de R$ 7,4 bilhões do orçamento de 2019 do Ministério da Educação, que é de R$ 149 bilhões.
Um grande grupo de universitários marcou presença, como estudantes da USP Leste e Butantã, além de estudantes da Unifesp, que têm sido a parcela a se sentir mais afetada pelo corte de 30% do orçamento, anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, após ele ter declarado que em pelos menos três instituições federais, UnB (Brasília), UFBA (Bahia) e UFF (Rio) os estudantes só faziam “balbúrdia”.
Também se uniram ao ato, secundaristas da Etec (Escola Técnica Estadual), professores da rede estadual e municipal, grêmios de escolas das mais diversas regiões de São Paulo, além dos movimentos sociais. A convocação de atos unificados pelo país partiu da UNE (União Nacional dos Estudantes), mas cada estado se organizou e se preparou para os protestos com grupos locais.
Durante o protesto, que foi pacífico do começo ao fim, manifestantes também aproveitaram para se opor à reforma da previdência e pedir a liberdade do ex-presidente Lula.
No Twitter, o tema ganhou engajamento com hashtags como #TsunamidaEducação, #NaRuaPelaEducação e #TodosPelaEducação.
O presidente Jair Bolsonaro, que está nos Estados Unidos para receber o prêmio da Câmara de Comércio Brasil-EUA, disse que cortou a verba porque é necessário e chamou os manifestantes de idiotas úteis. “A educação está deixando muito a desejar. A maioria ali é militante. Não tem nada na cabeça. Se perguntar 7 x 8 não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. Não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, afirmou Bolsonaro.
Além de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte reuniram o maior número de pessoas. No Rio, após a dispersão, um ônibus foi incendiado no centro e provocou corre-corre. Em Porto Alegre, a Brigada Militar usou bombas de gás para dispersar alunos que faziam um protesto nas imediações da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A alegação, segundo reportagem do Uol, foi que o grupo estava obstruindo a via.
O Segundo Grande Ato pela Educação em São Paulo está marcado para acontecer no próximo dia 23 de maio, a partir das 17h, com concentração no Vão Livre do Masp, na Avenida Paulista.