Clayton Tomaz de Souza, o Alph, denunciava guardas da UFPB e foi encontrado morto com um tiro na nuca no dia 8 de fevereiro
Entidades estudantis e dos direitos humanos da Paraíba cobram que o MPF (Ministério Público Federal) investigue a morte do aluno Clayton Tomaz de Souza, o Alph, da UFPB (Universidade Federal da Paraíba). O homem de 31 anos denunciava de forma recorrente ações dos seguranças da universidade.
Alph desapareceu no começo do mês de fevereiro e seu corpo foi encontrado no dia 8 no bairro do Gramame, apontado por uma fonte ouvida pela reportagem como “conhecido local de desova de grupos de extermínio” da capital. Ele tinha um tiro na nuca.
Ao menos desde 2016 o estudante denunciava violência de seguranças da universidade, seja em abordagens violentas ou agressões. Ele moveu dois processos no MPF local por causa do assunto.
Em um deles, Clayton era testemunha e tinha depoimento agendado para ocorrer neste mês, mas ele desapareceu e acabou encontrado morto antes de fazê-lo.
Uma nota assinada por coletivos de alunos e movimentos sociais cobra que o Ministério Público inicie uma investigação para identificar o que aconteceu com Alph.
No texto, eles questionaram o posicionamento da reitoria da UFPB que apontou não ter conhecimento de que Alph denunciava as práticas dos seus seguranças.
“Para que a justiça seja feita e a memória do estudante honrada, é preciso que a reitoria mude a sua posição e passe a colaborar ativamente com a elucidação dos graves fatos em questão”, criticaram as entidades.
Assinam a nota a Associação dos Docentes da UFPB, Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura na Paraíba, Núcleo de Extensão Popular Flor de Mandacaru, Mecanismos Estadual de Prevenção e Combate à Tortura na Paraíba, entre outros.
A UFPB criou uma comissão para acompanhar as investigações sobre a morte de Clayton Tomaz de Souza. O Consumi (Conselho Universitário), do qual o aluno era integrantes, aprovou a decisão.
Representantes dos alunos, dos professores, dos técnicos administrativos que gerem a universidade e a reitora, Margareth Diniz.
A Ponte questionou o MPF se o órgão determinou o acompanhamento das investigações e aguarda resposta.