No episódio 58, lideranças das quebradas de SP falam sobre como as favelas estão lidando com a pandemia e nossa reportagem conta o que viu nas ruas
Isolamento é palavra de ordem em tempos de coronavírus. Mas e nas quebradas, nas ruas e nas prisões, onde a quarentena não é uma questão de escolha?
No episódio 58, a Ponte se dedicou a falar sobre os impactos dessa nova doença em populações vulneráveis. Destrinchamos a questão dos presídios, com análise da socióloga Camila Nunes Dias, problematizamos a questão da população em situação de rua e as dificuldades para se proteger da epidemia com reportagem de Caio Castor e Leandro Barbosa, e falamos sobre a quebrada, onde a informalidade é o que leva o pão de cada dia para casa e que a quarentena passa longe de ser direito. É privilégio, sim, como bem pontuou o biomédico Jonathan Vicente.
No episódio tivemos a participação de Guga Brown, 39 anos, nascido e criado na favela de Paraisópolis, uma das maiores de São Paulo, e da educadora Bruna Simões, 29 anos, da quebrada da zona norte e noroeste da capital paulista, e articuladora da Rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio. Eles mandaram o papo reto sobre como as favelas, mesmo sendo grupo de risco, estão fora dos discursos de políticos e medidas do Estado, e como criar estratégias para resistir em tempos de crise.
O repórter Arthur Stabile conta um pouco do vaivém da Justiça com relação ao que fazer com o sistema prisional. E a repórter Paloma Vasconcelos, que está afastada das atividades porque esteve, ao lado da esposa, sob suspeita de ter contraído a COVID-19, conta as dificuldades encontradas por quem não tem grana para ir para a rede particular buscar atendimento.