Vídeo mostra Adonias Correia Santana dando um tapa no rapaz que pedia dinheiro em Sinop; filiado ao PSL, agressor foi expulso do partido
Um homem fingiu que ia dar dinheiro a um morador de rua, que, ao se aproximar do carro, levou um tapa. O caso aconteceu em Sinop, cidade ao norte do Mato Grosso, mas a data exata da gravação é desconhecida. Os agressores gravaram a ação e compartilharam o vídeo em grupos de Whatsapp e redes sociais. Nas imagens, Adonias Correia Santana, filiado ao PSL, antigo partido de Jair Bolsonaro (sem partido), puxa conversa e mostra interesse em ajudar a vítima, identificada como Anderson, que, ao se aproximar do carro, é agredido.
O diretório do PSL de Tabaporã anunciou a desfiliação de Adonias, segundo informou o G1. A reportagem procurou o partido, mas até o momento não obteve retorno.
As imagens causaram revolta e chegaram até o ex-jogador de futebol Juninho Pernambucano, que decidiu ajudar o rapaz. Na manhã desta sexta-feira (10/4), o esportista publicou o vídeo em seu twitter com a mensagem: “Que coisa mais revoltante. O cidadão de bem brasileiro é o traficante de escravos moderno. A raiva q sinto é tão grande que chega a fazer mal. Se acharem essa pessoa que foi agredida, me coloco a disposição para ajudá-lo e muito”.
Poucas horas depois, conseguiu identificar a vítima e anunciou que havia contratado um advogado, além de arranjar uma vaga em uma clínica para dependentes químicos. Juninho chamou o ato de Adonias de inexplicável. “Depois da tortura imensurável, a humilhação é a pior agressão feita ao ser humano. Ela agride muito mais que o tapa em si. Sobre isso, o Rogério Pereira [advogado que cuidará do caso sem cobrar nada] se responsabilizará do processo. Agradecendo a todos a intenção de ajuda, seja ela por sentimento ou doações”, declarou o ex-jogador. Anderson gravou um vídeo agradecendo o gesto:
A Ponte procurou a Polícia Civil do Mato Grosso e questionou sobre a investigação do caso, que, em nota, afirmou que, assim que tomou conhecimento do vídeo, iniciou as investigações. De acordo com o delegado Carlos Eduardo Muniz, em nota publicada no site da polícia, os suspeitos estão fora da cidade e ainda não foram localizados. “Nos próximos dias, todas as diligências serão empreendidas para que os autores da agressão sejam devidamente responsabilizados”, disse o delegado.
“A Polícia Civil de Sinop não coaduna com qualquer ofensa à dignidade da pessoa humana e preza, antes de tudo, pela elucidação de todos os delitos que ofendem a ordem pública”, completou Muniz.