‘Policial deixou meu filho morrer na cozinha de casa’

    Diarista Alessandra Ramos, 32 anos, denuncia a morte de Juan Oliveira Ferreira, 16, por um policial civil em São Paulo

    Segundo a mãe, rapaz havia acabado de tomar banho e jantava | Foto: Reprodução

    “O policial deixou meu filho morrer na cozinha da minha casa. Foi malvadeza.” O desabafo de Alessandra Ramos, diarista de 32 anos, ocorre horas após a morte de Juan Oliveira Ferreira, de 16, no Jardim Elba, zona leste da cidade de São Paulo, na noite desta quinta-feira (21/5).

    A mulher denuncia à Ponte que um policial civil matou seu filho. Usando um veículo branco, o policial parou em frente, entrou na casa da mulher, conforme ela relata, e atirou no rapaz. O local fica próximo da divisa com a cidade de Santo Andre, na Grande SP.

    Atualização às 21h46 de sexta-feira (22/5): Vídeo mostra PM escoltando veículo suspeito de envolvimento em assassinato

    “Estava em casa, ele tinha acabado de tomar banho, estava jantando. O policial entrou em casa e deu um monte de tiro, ele estava em pé”, relata Alessandra.

    “Mataram ele na frente dos irmãos. Não me deixaram socorrer. Ficaram dentro de casa, mexeram nele. Ficaram mais de uma hora com ele lá dentro, não chamaram o Samu para resgatar”, continua.

    A informação de que o assassino era policial civil veio quando policiais militares chegaram ao local. “O cara estava de camiseta preta normal, calça, máscara preta, cabelo liso. Ele falou que era policial, da Civil, quando os outros policiais chegaram para cumprimentar”, afirma, acrescentando que ele seria de uma delegacia de Santo André.

    Além de Juan dona Alessandra tem outros cinco filhos, de 14, 12, 10 8 e 3 anos. Ela diz que não teve nem o que argumentar ao policial. “Perguntei o que estava acontecendo, o policial falou para eu me afastar senão daria um monte de tiro”.

    A morte de Juan acontece horas depois de um protesto na região terminar com repressão da Polícia Militar. O ato teria como motivação outra morte, informação ainda não confirmada.

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    Os policiais usaram balas de borracha para dispersar as pessoas e teriam atingido pelo menos duas delas, conforme relato de moradores do Elba.

    A Ponte questionou a Secretaria da Segurança Pública e a PM de São Paulo sobre a ação, mas não obteve posicionamento até a publicação desta reportagem.

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