Jefferson Ribeiro Vieira, conhecido como DJ Jeffinho, era o músico oficial do Baile da China e participava de uma festa próxima da ação da polícia. Seguidores lançam a hashtag #djjeffinhonaoerabandido
A morte do DJ Jeffinho da China, músico que tocava em bailes funk em São Gonçalo no Rio de Janeiro provocou comoção nas redes sociais. Jefferson Ribeiro Vieira tinha apenas 21 anos, mas já angariava mais de 41 mil seguidores em sua conta do Twitter. Ele foi morto pela Polícia Militar do Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira (8/9) em uma ação da polícia na Rua Emília Maria Rodrigues, no bairro Engenho Pequeno em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
De acordo com informações da Polícia Militar, as equipes do 7° BPM (São Gonçalo) realizavam policiamento pelo Engenho Pequeno quando, na Rua Emília Maria Rodrigues, um grupo de criminosos atirou contra os policiais.
Nas redes sociais, seguidores lançaram a hashtag: “Dj Jeffinho não era bandido” e lamentam a morte do artista.
Segundo a corporação houve confronto e seis suspeitos foram atingidos, sendo socorridos ao Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê. “Com eles, foram apreendidos três fuzis e quatro pistolas”, diz a nota da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar.
A PM ainda informa que dentre os feridos, foi identificado o criminoso conhecido como “Pivete”, apontado como um dos chefes do crime organizado naquela região. “A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí foi acionada para registro do caso.”
O empresário de Jeffinho, Dyeggo dos Santos Ferreira, 30 anos, que conhecia o DJ há um ano, conta que, pelos relatos que obteve, a policia entrou na casa de um morador onde ocorria uma festa já atirando. “Por causa de uma denúncia entrou atirando e acertou duas pessoas inocentes, uma delas era o nosso DJ Jeffinho que veio a óbito, depois levou 20 pessoas para a delegacia para prestar queixa e liberou todos.”
O empresário do músico esteve no hospital, onde reconheceu o artista pelas tatuagens. “Fui para o hospital, não podia entrar porque não tinha documento dele, mas consegui reconhecer ele, pela tatuagem, vi um tiro no rosto e um tiro no braço”, conta.
De acordo com Dyeggo, o DJ era muito querido na comunidade e nunca participou de atividades criminosas. “Ele nunca pegou sequer em uma arma, isso eu dou minha palavra, tenho certeza. A comunidade está toda em luto, não pelo traficante morto, mas sim pelo DJ Jeffinho. Está todo mundo mandando mensagem de carinho porque ele era uma pessoa maravilhosa, uma pessoa que eu nunca vi uma luz igual, é um iluminado. Vi pessoas que conviveram muito pouco com eles chorando absurdamente, parecendo que um parente deles morreu. Era um pai de família, a filha dele tem um ano e cinco meses, cuidava dos pais idosos.”
Fora isso, a carreira de Jeffinho estava prosperando, ele tinha quatro turnês agendadas e fazia shows dentro e fora da comunidade. “É um cara que trabalhava, sabe? Trabalhava para sustentar a família, ele era contratado para fazer shows na favela, como também era contratado para fazer shows em boates, não tem nenhuma diferença, tinha contrato, ele é contratado e recebia para tocar.”
Segundo ele, os fãs e os amigos estão fazendo barulho nas redes sociais como forma de protesto ao ocorrido. “Estamos fazendo um barulho incrível aqui, é a maior hashtag de São Gonçalo, vários famosos postando, vários famosos marcando porque o DJ não era bandido e é mais uma injustiça, mais uma pessoa morta injustamente. A única arma que ele segurava era o microfone, era a música, o show, é ali que ele transformava um pouco da alegria dele para os outros. A mãe dele me deu um abraço hoje, me agradeceu falando que ele morreu pelo menos feliz, que ele tinha chego de viagem, falando que estava muito feliz, estava dando tudo certo na carreira dele.”