Luana Don foi presa na mesma operação que deteve advogado acusado de ligação com a facção infiltrado em conselho de direitos humanos
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta terça-feira (4/7) Luana de Almeida Domingos, 32 anos, advogada e ex-repórter de TV, suspeita de ligação com a facção criminosa PCC. Conhecida como Luana Don, a advogada estava em uma casa no município de Ilha Bela, litoral norte de São Paulo.
Luana é acusada de corrupção ativa e integrar organização criminosa, crimes pelos quais havia um mandado de prisão preventiva em seu nome, decorrentes da Operação Ethos, a mesma que prendeu o advogado Luiz Carlos Santos, vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe), também acusado de atuar a serviço do PCC
Segundo investigações das polícias civis do Rio de Janeiro e São Paulo, a suspeita integrava a “célula R” da facção criminosa, também denominada “sintonia dos gravatas”, cuja finalidade era transmitir ordens da cúpula do PCC.
A ação articulada pela Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos), da Polícia Civil carioca, em conjunto com a Civil paulista, envolvia a suspeita de que a advogada se escondida na capital fluminense. A suspeita era reforçada pelo fato de a ex-repórter ter um namorado na cidade.
Entre 2012 e 2015, Luana atuou como repórter do programa SuperPop, da Rede TV!, atividade considerada como de “notoriedade” para a sua participação no crime organizado, de acordo com Fabrício Oliveira, delegado titular da Desarme.
“Nos últimos meses, diversas notícias circularam nos jornais dando conta de que Luana estaria escondida na cidade do Rio de Janeiro, pelo fato de já ter residido no Rio, por possuir um namorado que mora na região de São Conrado e pela proximidade do PCC com facções cariocas”, sustenta Oliveira, em nota divulgada à imprensa.
A suspeita figurava na lista de mais procurados pela Justiça, seção do site da Polícia Civil do Estado de São Paulo. A recompensa para denúncias envolvendo Luana tinham a promessa de prêmio de até R$ 50 mil. Junto dela estava o médico Roger Abdelmassih, 73 anos, condenado a mais de 200 anos de prisão por estuprar pacientes.
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro se limitou a reenviar a nota do delegado Fabrício Oliveira. Por outro lado, a SSP-SP, através da CDN Comunicação, sua assessoria de imprensa terceirizada pela gestão do governado Geraldo Alckmin, explicou que uma denúncia à Polícia Civil carioca motivou a ação.
“Luana foi conduzida à Divisão de Capturas, onde está sendo registrado o boletim de ocorrência de captura de procurado. Após ser submetida a exame de corpo de delito cautelar, a presa será encaminhada à Penitenciária de Presidente Venceslau, onde permanecerá à disposição da Justiça”, prossegue a SSP-SP, em nota à Ponte.
Os advogados de defesa de Luana de Almeida Domingos não foram encontrados pela reportagem.