Corporação não reconheceu erro em postagem. Governador diz ter orientado secretário da Segurança Pública. Durante protesto, Polícia Militar perguntou na rede social qual a diferença entre black blocs e integrantes do PCC
Divulgado em primeira mão pela Ponte Jornalismo, o post feito pela Comunicação Social da PM (Polícia Militar) no Facebook oficial da corporação foi duramente criticado pelo governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Nesta terça-feira (13/1), ele pediu que a página se restrinja a informações, parando de emitir opiniões.
O governador afirmou que orientou o novo secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, sobre o que deve ser postado nas páginas oficiais do Estado. “Eu liguei para o secretário de Segurança Pública e falei: olha, vou te dar uma orientação. As páginas oficiais de serviços públicos devem ter sempre um caráter informativo. O secretário já estava sabendo e vai tomar as providências”, afirmou Alckmin.
Veja mais:
Facebook da PM compara black blocs a integrantes do PCC
No fim da tarde de sexta-feira (9/1), quando a primeira manifestação contra o aumento nas tarifas do transporte público de 2015 na cidade acabava, a página divulgou uma montagem em que mostrava uma rebelião feita por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) juntamente com uma foto de um grupo de adeptos à tática black bloc. Entre as imagens, estava escrito: “Qual a diferença? Vandalismo é crime!”.
Depois de o ato ter acabado, na praça do Ciclista, região central de São Paulo, a PM chamou black blocs de “criminosos” na rede social. “Black Blocs são CRIMINOSOS infiltrados em meio às pessoas de bem que reinvindicam (sic) um Brasil melhor. Apoiamos o direito de manifestar-se. REPUDIAMOS ações criminosas! Se você concorda, compartilhe ;)”.
Além da fotomontagem, a página divulgou diversas fotos dos estragos deixados pelo confronto entre a PM e manifestantes no fim do protesto. Em vídeos publicados pela corporação durante o ato, mascarados foram chamados em tom pejorativo de “jovens”, entre aspas e com letras maiúsculas. Após a repercussão do caso, a PM apagou a foto em que comparava black blocs ao PCC e manteve as demais postagens.
Em nota, a PM não reconheceu o post como errado. “[A postagem] apenas faz uma pergunta que convida à reflexão os internautas que seguem a página da instituição”, afirma a corporação. A PM diz, ainda, que sua premissa nas redes sociais é de “transmitir informações úteis” e de defender a liberdade de expressão. “Inclusive a nossa”.
Veja as postagens feitas pela PM: