Campanha mobiliza voluntários para seis casos de violações de direitos humanos, dois deles brasileiros: reparação para Sérgio Silva, cegado por uma bala de borracha, e titulação da terra para a comunidade quilombola do Charco (MA)
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A Anistia Internacional lançou em 4/12 a campanha Maratona de Cartas: Escreva por Direitos, que, ao longo de duas semanas, busca mobilizar voluntários para assinar petições, escrever cartas e planejar ações virtuais para ajudar vítimas de violações de direitos humanos. No Brasil, a ONG selecionou seis casos emblemáticos, dois deles nacionais: o pedido de reparação para Sérgio Silva, fotógrafo que perdeu o olho esquerdo, vítima de uma bala de borracha, durante as manifestações de junho de 2013, e a titulação definitiva da terra para a comunidade quilombola do Charco, no Maranhão, que, apesar de ocupar a área desde o século 19, ainda não teve seu direito reconhecido e vive sob ameaças.
As outras bandeiras levantadas pela campanha pedem a investigação completa e independente das denúncias de tortura contra Daniel Quintero, 21 anos, espancado por membros da guarda nacional da Venezuela quando voltava para casa depois de uma manifestação, a libertação de Chelsea Manning, ex-militar norte-americana que cumpre uma sentença de 35 anos de prisão por vazar material confidencial do governo, entre eles violações de direitos humanos e do direito humanitário, para o site WikiLeaks, o oferecimento da devida indenização e de assistência médica às vítimas de Bhopal, na Índia, que continuam esperando justiça pelo vazamento de gás de 1984, desastre que matou mais de 22 mil pessoas e causou danos à saúde em meio milhão, e a revisão das leis na Noruega, que não permitem que pessoas transgêneros, como John Jeanette, alterem seu gênero legal sem ter que se submeter a cirurgia de mudança de sexo.
Segundo a Anistia, a Maratona de Cartas, criada em 2003, é o maior evento de direitos humanos no mundo. Em 2013, mobilizou ativistas de 140 países em mais de 2,3 milhões de ações. Foram libertados a ativista cambojana pelo direito à moradia Yorm Bopha, detida ao protestar contra os despejos em sua comunidade, e os ativistas russos Vladimir Akimenkov e Mikhail Kosenko, presos ao protestar na Praça Bolotnaya, em Moscou.
O lançamento da campanha ocorreu em uma festa no Centro Cultural Rio Verde, com shows de Karina Buhr e Guizado, Flora Matos e Trio Combinado. Durante o show, Karina chamou Sérgio Silva para o palco e vestiu o tapa-olho que o fotógrafo transformou em símbolo da exposição Piratas Urbanos e da campanha Somos Todos Culpados, pelo fim da violência policial contra os jornalistas.