Cerca de 2 mil pessoas criticaram o militar da reserva em caminhada pelo centro de São Paulo, entre elas um ex-crítico da ‘ideologia de gênero’
Dia após dia, mais manifestações contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) são feitas pelo país. Nesta quinta-feira (11/10), foi a fez dos antifacistas saírem às ruas do cento de São Paulo. Cerca de duas mil pessoas se reuniram no Masp (Museu de Arte de São Paulo) e caminharam até o Teatro Municipal, passando pela Rua da Consolação, em um trajeto de quase três quilômetros.
“Bolsonaro não e o Doria também não”, era um dos gritos dos manifestantes, criticando os candidatos no segundo turno à presidência e ao governo do estado, respectivamente – João Doria, do PSDB, clarou apoio ao militar reformado. “Ô Bolsonaro, vai se fuder, o meu país não precisa de você”, era outro cântico.
Durante o ato, um manifestante que criticou a filosofa e professora estadunidense Judith Butler em sua visita ao Brasil estava presente. À época, o jovem criticou a ‘ideologia de gênero imposta’ pela estudiosa, mas, dessa vez, se postou em outro extremo.
“Eu revi todos os meus conceitos do que eu pregava antes. No protesto da Butler, eu discursei totalmente com ódio, o que não era a minha intenção. Quando vou em atos hoje, vou com o propósito de pregar o amor, o que eu acredito”, explicou Guilherme de Maria, de 20 anos.
Na ação crítica à filosofa, Guilherme apareceu usando uma cruz e um terço na mão. Ele fazia parte de um grupo que levava bonecos de Judith fantasiado de bruxa, e cartazes com os dizeres “pedofilia, não!” e “Direita São Paulo, juntos pela família”.
Dessa vez, o jovem estava junto dos antifacistas que criticavam o extremismo e as propostas de Jair Bolsonaro. “Trabalhador, fica ligeiro, o Bolsonaro quer seu 13º!”, “não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da polícia militar”, gritava o grupo.
Guilherme estava junto e, logo após começar a entrevista à Ponte, acabou abordado por um manifestante mascarado. “A gente sabe que você está infiltrado e que é do MBL (Movimento Brasil Livre). Vaza daqui que vai ficar ruim para você”, disse. O jovem ficou por um tempo e não foi mais visto pela reportagem.
O ato encerrou em frente ao Teatro Municipal cerca de duas horas e meia após o seu início.