Minha intenção não é comparar os atentados, e sim criticar a diferença entre a atenção que o mundo dá aos atos terroristas que vitimaram profissionais do jornal Charlie Hebdo, ocorrido semana passada em Paris, França, e os atentados em sequência que ainda acontecem na Nigéria.
Sobre o primeiro, os terroristas, extremistas religiosos já foram identificados, perseguidos, e ao resistir à prisão, mortos pela polícia francesa. O ato terrorista, que levou ao assassinato de 12 pessoas que trabalhavam no jornal, entre eles chargistas e o editor da publicação, causou comoção mundial, passeatas de repúdio ao que aconteceu e participação inflamada de líderes mundiais (mesmo as mais questionáveis) criticando com veemência o ocorrido.
Quanto à Nigéria, nem o número total de mortos sabe-se com clareza. Até onde eu apurei, somando os atentados ocorridos nos últimos cinco dias, o número de mortos já passam os 2 mil, segundo informações da Anistia Internacional. Enfim, já que a ordem do momento é repudiar atos terroristas e buscar um melhor entendimento entre os povos, seria interessante se preocupar não só com o que acontece no salão de festas, mas também começar a se preocupar com quem carrega o piano, né?