“Acreditamos que todo preso é um preso político”, afirma Igor Gomes, do Observatório da Juventude – Zona Norte
Por Kaique Dalapola,
especial para a Ponte Jornalismo
Acontece no próximo sábado (11/6), a partir das 15h, próximo às ruínas da antiga Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru), o ato “Da Escravidão ao Encarceramento: A carne mais sofrida é a carne negra” que visa dialogar com a sociedade sobre a política de encarceramento como atualização da escravidão no Brasil.
“Nós, que estamos organizando este ato, acreditamos que todo preso é um preso político. Por isso convocamos a sociedade civil a refletir o papel dos presídios em nossa sociedade. Acreditamos que ele seja mais um instrumento da supremacia branca e capitalista que tem o interesse de aniquilar e encarcerar o povo negro e os pobres. Por isso é preciso não só refletir como denunciar e pressionar o Estado”, Igor Gomes, do Observatório da Juventude – Zona Norte.
Além de oficina de cartazes para adultos, organizadores do evento vão trabalhar com as crianças em uma atividade que questiona como seria um mundo sem prisões. As crianças menores de dez anos farão desenhos e as maiores gravarão podcasts.
Após as oficinas, Babalorixá Walter apresentará uma tradicional cantiga de raiz africana para abrir caminhos. Depois do Babalorixá fazer a intervenção, o ato sairá do Parque da Juventude para a Av. Ataliba Leonel, passará pela Av. Zaki Narchi, pela Penitenciária Feminina da Capital e voltará para o Parque da Juventude, onde encerra o ato. Ao longo da marcha, o evento contará com cinco paradas para intervenções artísticas.
Na primeira parada, o tema abordado será o “Encarceramento Feminino”, com intervenções da Raiz Criola e da Pastoral Carcerária. Mais adiante, a segunda parada sobre “A Voz dos Encarcerados”, com o microfone aberto para o compartilhamento de histórias e leituras de cartas e poemas escritos por adolescentes e pessoas presas. Na terceira para, a discussão se voltará à “Guerra as Drogas”, com participação de artistas de rap e uma fala sobre tema. Já a quarta parada do ato tratará sobre “Violência Policial e o Povo de Rua”, com participação do coletivo Pastoral do Povo de Rua. Para finalizar o ato, a última parada levará uma “Mensagem de Esperança”, do UneAfro, e serão expostos os trabalhos das crianças.
Na volta ao Parque da Juventude, será entoada a cantiga de encerramento Canto de Oxalá, que fala de esperança, novamente com o Babalorixá Walter.
O evento é organizado pelos coletivos Observatório da Juventude – Zona Norte, Ocupação Preta, Pastoral Carcerária, UneAfro, Pastoral da Juventude, Ilê Axé Odé Kawá, Pastoral do Povo da Rua, Coletivo Autônomo Herzer, Rede Ecumênica da Juventude, Coletivo Desentorpecendo A Razão, Raiz Criola, Coletivo de Galochas e Nome dos Números.
SERVIÇO
Da Escravidão ao Encarceramento: A carne mais sofrida é a carne negra
Quando: 11 de junho de 2016, a partir das 15h
Onde: Parque da Juventude, próximo as ruínas do presídio do Carandiru (Na estação de metrô Carandiru