Com oito anos de história, cortejo passou pelas ruas do Piraporinha, extremo sul de São Paulo, para reverenciar a ancestralidade através do ritmo e da fé
De amarelo e branco, o Bloco Afro É Di Santo, um dos principais blocos de cultura africana da periferia de São Paulo, partiu da Casa de Cultura do M´Boi Mirim e tomou as ruas do bairro Piraporinha, na zona sul, na segunda-feira de carnaval (12/2).
Com o tema “Minha Fé, Meus Orixás!”, a bateria do bloco, que traz mulheres na linha de frente, entoou pelas ruas da região a musicalidade afro-brasileira com influência nas matrizes africanas. Com ritmos que foram do Maracatu ao Afoxé, o batuque que transpirou a ancestralidade negra, arrastou os moradores entre ruas, becos e vielas do bairro que está localizado cerca de 17 km do marco zero da capital.
Crianças, idosos e foliões de todas as idades participaram da caminhada que durou um pouco mais de duas horas. Por cada rua que passava, o bloco era esperado e aplaudido por moradores na porta de suas casas.
Um carro de som acompanhou o trajeto e auxiliou os músicos que completavam a formação musical do bloco. A dança e o canto africano também fizeram parte do roteiro cultural que atravessou as ruas do bairro.
Assim como o bloco Afro é Di Santo, outros grupos que se dedicam a preservar a ancestralidade e são diretamente inspirados nas religiões de matriz africanas saem todos os anos pelas ruas de São Paulo. Alguns são ligados a terreiros como o Afoxé Obá Inã, da Vila Mariana, do Ilê Obá Inã Axé Iyá Omin Laiyó – A casa do Rei Fogo com Asé da Mãe das Águas da Alegria e tem como patrono o Orixá Xangô. Há o Afoxé Filhos de Ijesá – do Ogã Paulinho – que faz uma homenagem a Ijesa, o ritmo do candomblé dedicado à Oxum e ao seu filho Logun Éde. Entre outros, também há o tradicional Ilú Obá de Min, que todos os anos desfila pelas ruas do centro de São Paulo e tem uma bateria predominantemente de mulheres, já que se dedica ao trabalho com as culturas de matriz africana e afro-brasileira e a mulher.
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