Entre sexta (26) e domingo (28) o festival Brotando nas Redes vai debater o futuro da PerifaCon e da cultura geek e pop nas periferias brasileiras, além de promover mentorias para futuros artistas e ilustradores de quadrinhos
Dois anos após sua estreia, a PerifaCon, a Comic Con das favelas, volta nos próximos dias 26, 27 e 28 de março com o festival Brotando nas Redes. O evento, que em 2019 chegou a reunir mais de sete mil pessoas na Fábrica de Cultura do Capão Redondo na zona sul de São Paulo, agora acontece online por conta da pandemia. A programação do festival conta com painéis de bate-papo sobre cultura nerd, geek e pop, concurso de cosplayers (fãs que atuam e representam personagens da ficção), e o Ciclo de Narrativas Periféricas, todos disponíveis com inscrição gratuita e aberta ao público no site da PerifaCon.
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O festival começa na sexta-feira (26), às 18h, com o painel “Nerds da quebrada: a ascensão PerifaCon” reunindo os idealizadores do evento, Andreza Delgado, Gabrielly Oliveira, Igor Nogueira e Luíze Tavares, com mediação da diretora e atriz baiana Vaneza Oliveira, que interpretou Joana na série brasileira 3% da Netflix. Fãs de quadrinhos, desenhos e filmes, eles contam os desafios de fazer o festival em tempos de pandemia e falam da presença da cultura geek e pop nas favelas e periferias.
A PerifaCon nasceu da ideia de democratizar o acesso à cultura, promovendo a produção cultural periférica. O evento inspirado na CCXP (Comic Con Experience), maior encontro do gênero no mundo, acontece de forma gratuita para os amantes do universo geek e valoriza a diversidade dos artistas. Em 2020, o evento teve que ser cancelado poucos dias antes de acontecer devido à chegada da pandemia.
A empreendedora e cocriadora do PerifaCon, Luíze Tavares, conta à Ponte que a decisão de inscrever o festival Brotando nas Redes na Lei Aldir Blanc, de apoio à cultura durante a pandemia, surgiu da necessidade de refletir sobre o futuro do PerifaCon e da cultura pop neste período. “A gente tentou pensar também numa programação mais nichada em artistas, ilustradores, nos quadrinistas e, por isso, a gente tem o Ciclo Narrativas Periféricas, ligado à editora Mino, que lançou no mercado seis novos quadrinistas negros”, afirma.
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Voltado para artistas que queiram seguir a carreira no universo das HQs ou para quem tem curiosidade nessa produção, o festival traz quatro painéis no Ciclo de Narrativas Periféricas, voltado à formação de quadrinistas e ilustradores. Nos dois primeiros painéis Janaína de Luna, da Editora Mino, fala da ponte entre artistas e editoras, e sobre como baratear a produção de HQs.
No terceiro, o quadrinista e colorista Pedro Cobiaco, que já trabalhou nas principais capas da DC Comics, conta o processo de colorização da HQ, e no quarto e último ciclo, os escritores Felipe Castilho e Fábio Kabral explicam a construção de narrativa e roteirização dos quadrinhos. Encerrando o Brotando Nas Redes, um concurso de cosplay dedicado à comunidade negra, fica aberto para votação popular nos três dias do festival, e no domingo à noite o grande vencedor que levará R$ 1 mil para casa será anunciado.
Luíze fala das expectativas para o futuro da PerifaCon. “Espero que a gente consiga estabelecer parcerias com outras empresas gigantes do entretenimento, que consiga continuar dando mais oportunidades para os artistas de periferia, e principalmente visibilidade para o trabalho feito por pessoas periféricas, tanto para o artista que está produzindo quanto para o público que está consumindo séries, filmes, HQs, que também estão nas periferias”, conclui.
Para ver a programação completa e fazer sua inscrição no festival Brotando nas Redes, acesse o link: perifacon.com.br/brotando-nas-redes
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