Autor de dois livros, o presidiário Valdeci da Costa, o CI, também queria infiltrar dois advogados no Condepe, órgão da Secretaria de Justiça de São Paulo
O preso Valdeci Francisco da Costa, 53 anos, conhecido como CI e apontado pelo MPE (Ministério Público Estadual) como integrante da cúpula da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), queria criar uma ONG (Organização não Governamental) de Diretos Humanos.
Outro objetivo do detento era infiltrar advogados ligados à facção criminosa no Condepe (Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana).
Foi CI quem escreveu uma carta que deu origem à investigação do MPE responsável pela prisão de 33 pessoas nesta semana, a maioria advogados da chamada “sintonia dos gravatas”, o setor jurídico da organização criminosa.
Entre os presos está Luiz Carlos do Santos, vice-presidente do Condepe. Segundo o MPE, Santos recebia uma mesada de R$ 5.000 da facção para passar informações privilegiadas ao grupo.
A correspondência foi interceptada por agentes na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, interior de SP, em 11 de maio de 2015, onde CI cumpria pena. A unidade, situada no Oeste do Estado, abriga a liderança do PCC.
Pouco tempo depois, CI foi solto. Porém, acabou preso mais uma vez em 23 de junho deste ano, em Monte Mor, região de Campinas. Na mesma operação foram detidas outras 22 pessoas em 21 cidades do Estado. Todos os presos são acusados de envolvimento com o PCC.
Segundo o MPE, na carta apreendida, CI mencionava o nome do vice-presidente do Condepe. A orientação era para que a “sintonia dos gravatas o procurasse”. O MPE apurou que o contato seria feito pelo casal de advogados Davi e Vanila Gonçales. Ambos também foram presos.
O MPE apurou que CI, também chamado de Doutor pelos parceiros de crime, é autor de dois livros: “A Mente O Labirinto” e “A Descoberto”. No último, ele narra como foram os dias de sua primeira passagem como preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.
CI é considerado uma espécie de conselheiro da facção criminosa. O MPE apurou ainda que os líderes do PCC o consultavam sobre situações de interesse da organização.
O apelido CI refere-se à Circuito Integrado, sistema que em eletrônica é conhecido como microchip. Ele é acusado de ser o idealizador da introdução de micro-celulares nos presídios.
O detento está preso na P2 de Presidente Venceslau. Ele já havia sido flagrado em julho de 2006 em Campinas, fazendo a arrecadação de dinheiro para o PCC. Foi apontado como um dos suspeitos na onda de ataques da facção contra as forças de segurança em maio daquele ano.
Antes de ser preso pela última vez, em junho deste ano. CI, fazia, segundo o MPE, a intermediação entre a liderança do PCC presa n P2 de Venceslau e a “sintonia dos gravatas”.
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