Soldado do Choque teria se aproximado com arma em punho do carro onde estava uma jovem; pensando que fosse um ladrão, outro PM atirou nele
O soldado da equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Goiás, Diógenes Ferreira do Carmo, 30 anos, foi morto durante um tiroteio com outro soldado da PM, Jeferson Vaz Fernandes, às 2h40 na madrugada de domingo (29/10).
Segundo Fernandes, Do Carmo desceu com arma em punho rumo ao automóvel em que o policial conversava com uma jovem. A moça já havia namorado Carmo. À Polícia Civil, Fernandes disse que teria confundido Do Carmo com um assaltante e atirou, desencadeando uma troca de tiros no Setor Leste da Vila Nova. Assustados, vizinhos ligaram para a polícia. Um dos tiros acertou a cabeça de Do Carmo que, encaminhado por uma equipe de resgate ao HUGO (Hospital de Urgências de Goiânia), morreu.
Orgulhoso de participar de um dos grupos especiais da PM mais temidos pelos bandidos, o Choque, o policial morto constantemente postava fotos em seu perfil em operações, ou mesmo em frente às viaturas no batalhão, segurando armas. Corredor amador, participou este ano de corridas, inclusive no Rio de Janeiro.
Mas, por trás do policial desportista, existia um homem ciumento. “Meu relacionamento foi muito conturbado, mas não era aberto, nas redes sociais. Ainda estou sofrendo ameaças. As pessoas estão me culpando por ser o motivo da morte dele. Estava solteira”, disse à Record TV Goiás, sem se identificar, a moça, ex-namorada.
Considerados pelos pares como “bons e disciplinados”, a notícia do tiroteio protagonizado por Do Carmo e Fernandes pegou a cúpula da PM e grupos de policiais no Facebook de surpresa. O caso será investigado por um inquérito instaurado pela Corregedoria da Polícia Militar e pela Polícia Civil.
A Ponte não encontrou Jeferson Vaz Fernandes para comentar o incidente nem o seu advogado. Após o ocorrido, o soldado apresentou-se espontaneamente junto à Delegacia de Polícia Civil para os procedimentos de investigação pertinente.
Paralelamente à investigação da Policia Civil, a Corregedoria PM também instaurou procedimento para apurar a desinteligência.
Em contato com a reportagem, a Assessoria de Comunicação da PMGO encaminhou a seguinte nota:
“É com imenso pesar que a Polícia Militar de Goiás comunica o falecimento do soldado Diógenes Ferreira do Carmo, lotado no Batalhão de Choque. Segundo relato do soldado Jeferson Vaz Fernandes, lotado no Batalhão de Operações Especiais, o mesmo deu uma carona a uma colega até sua casa no Setor Leste Vila Nova. Ainda segundo o SD Vaz, quando eles estavam dentro do carro, na porta da casa da moça, percebeu que um indivíduo se aproximou de forma rápida com um veículo, desembarcando com arma em punho, ocorrendo uma troca de tiros entre ambos, tendo em vista achar se tratar de um roubo. O indivíduo foi alvejado sendo acionado o devido socorro médico e foi constatado se tratar do SD Diógenes Ferreira do Carmo, lotado no Batalhão de Choque, o qual foi encaminhado ainda com vida ao HUGO pelos Bombeiros. No entanto, não resistiu aos ferimentos. Posteriormente foi apurado que o policial do Choque, que veio a óbito, Diógenes Ferreira do Carmo, já teve um relacionamento amoroso com a senhorita que se encontrava dentro do carro com o soldado Jeferson Vaz Fernandes”, explicou a corporação.