Tathiana Guzella, esposa do deputado estadual Tito Barichello (União), deixou polícia por assessoria parlamentar, e não pode mais trabalhar em operações policiais; Polícia Civil diz que operação não era autorizada
A falsa operação policial revelada nos últimos dias não foi a única a ter participação de um dos membros do casal que deixou a Delegacia de Homicídios para entrar na política. A delegada licenciada Tathiana Guzella participou de uma prisão filmada pela reportagem da Rede Massa que, segundo a Polícia Civil do Paraná, não era uma operação autorizada pela corporação.
Tathiana, esposa do deputado Tito Barichello (União), que se licenciou da polícia para exercer o mandato na Assembleia Legislativa, hoje é assessora parlamentar do deputado federal Felipe Francischini (União). Ela e o marido viraram celebridades na Internet quando atuavam na DHPP e transmitiam as operações policiais de que participavam em redes sociais, numa espetacularização do trabalho policial.
Na semana passada, veio à tona que Tito e Tathiana voltaram a transmitir uma atividade policial, mas dessa vez ilegal, já que os dois estão afastados da profissão. Os dois delegados licenciados diziam que estavam indo cumprir, à noite, um mandado de prisão de uma pessoa acusada de tentativa de homicídio. No entanto, a Polícia diz que o mandado não existia e que os dois não estão autorizados a fazer esse tipo de trabalho.
Um vídeo exibido pela Rede Massa mostra que a delegada licenciada Tathiana Guzella também atuou – aparentemente sem autorização da polícia – na prisão de um homem, depois de já estar afastada do cargo para trabalhar como assessora parlamentar. Na reportagem, a equipe da Massa, acompanhada de Tathiana, vai até um bairro periférico e filma a prisão de um homem que teria batido repetidas vezes na mulher.
Nas imagens, Tathiana aparece algemando o homem no chão e depois dando entrevista para a reportagem, sem que em nenhum momento se deixe claro que ela não está mais atuando como delegada. A Polícia Civil diz que a Corregedoria vai investigar os casos.
Em nota ao Plural, a assessoria de imprensa da Polícia Civil diz que, assim como no caso da “operação” envolvendo Tito e Tathiana, a prisão filmada pela Massa não era uma atividade autorizada pela polícia.
“Nenhuma das ‘operações’ realizadas era de conhecimento ou possuía a anuência da Polícia Civil. Os fatos estão sendo analisados pela Corregedoria da PCPR para verificação da existência de irregularidades”, diz o texto.