Segundo a Polícia Civil, Alberto Malfi Sardilli esperou o idoso de 80 anos sair de evento beneficente para agredi-lo após desentendimento com irmã da vítima
O coronel da Polícia Militar de São Paulo Alberto Malfi Sardilli, de 45 anos, espancou o delegado aposentado da Polícia Civil Milton Rodrigues Montemor, de 80 anos, conforme relatado por testemunhas. O caso aconteceu após uma discussão em um evento para arrecadação de recursos para um recanto que atende crianças que possuem deficiência mental, no domingo (21/10), na zona norte de São Paulo. A violência está registrada como lesão corporal grave.
De acordo com o registro da ocorrência, a vítima estava em um evento beneficente ao lado de sua família no Recanto Nossa Senhora de Lourdes, local que oferece estudos e outros serviços humanos para as pessoas com limitações. Foi quando Sardilli se desentendeu com a irmã do delegado aposentado e Montemor interferiu na briga, que aparentemente teria acabado.
Porém, Sardilli teria ficado na porta do evento esperando a saída da vítima. Quando o delegado aposentado foi ao estacionamento, o coronel o abordou e eles ficaram cerca de 40 minutos discutindo, conforme consta no B.O. (Boletim de Ocorrência). Após isso, Sardilli deu um soco no peito e derrubou Montemor no chão, de acordo com documento.
O registro aponta que Sardilli tentou espancar o delegado aposentado, que estava caído no chão. Ele só não conseguiu concluir o espancamento pois outras pessoas que estavam no local conseguiram conter a violência do coronel da PM, que fugiu. A vítima foi levada para o Hospital San Paolo.
O idoso Milton Rodrigues Montemor teve diagnosticadas duas fraturas: no fêmur da perna esquerdo e no osso do braço esquerdo, o que fez com que ele precisasse de uma cirurgia. O delegado aposentado segue internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Questionada pela Ponte sobre a atitude do coronel Sardilli, a SSP (Secretaria da Segurança Pública), através de sua assessoria de imprensa terceirizada, a InPress, afirmou que o caso foi registrado no 39º DP, na Vila Gustavo, e será investigado pela 4ª Seccional, da zona norte. A pasta também disse que “o coronel, que está licenciado, apresentou sua versão na Corregedoria da Polícia Militar e será ouvido no inquérito instaurado pela Polícia Civil”.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo também foi questionada sobre o ocorrido. Em nota, a corporação afirma que “o coronel está licenciado e participava de um evento beneficente, quando ocorreu um desentendimento”. A PM também afirmou que o oficial “fornecerá à Polícia Civil todas as informações necessárias para o esclarecimento que o caso requer”.
Em suas redes sociais, o coronel da Polícia Militar de São Paulo Alberto Malfi Sarlilli aparece com imagens em apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da república, posado ao lado do deputado estadual e membro da Bancada da Bala Coronel Telhada e ostenta imagens durante operações com a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), considerada a tropa de elite da PM paulista.