Branca e de classe média, Karine entrou no crime em busca de adrenalina e saiu de lá porque achou as portas abertas. Hoje ela oferece oportunidades a ex-detentos: “não falamos em reinserir: a maioria nunca foi inserida na sociedade”
Karine Dias Vieira passou quase metade de seus 40 anos no crime. Parou ao ver um parceiro morrer por complicações decorrentes de um tiroteio em uma tentativa de assalto. Decidiu, então, tirar os dois pés dos corres, para em breve estender as mãos a quem, como ela, deseja levar uma vida dentro da lei.
Com as unhas sempre impecáveis, responde rapidamente a dezenas de mensagens que chegam por Whatsapp a todo momento. Algumas delas de ex-presos, querendo uma segunda chance no Responsa, empresa social criada por ela para inserir egressos do sistema prisional no mercado de trabalho. Karine é avessa ao termo reinserção social. “A maioria nunca foi inserida nem no mercado de trabalho, nem na sociedade, por isso não podemos falar em reinserir”, explica. “Nós temos ainda é que inserir”, diz.
Os dados mostram que ela tem razão. Com a terceira maior população prisional do mundo, ficando atrás apenas de Estados Unidos e Rússia, das 726,354 mil pessoas em privação de liberdade do Brasil, 54% têm entre 18 e 29 anos, idade em que os jovens começam a entrar no mercado de trabalho, e 75% não chegaram ao ensino médio. Quando foi presa, Karine se encaixava nesse perfil. Não havia terminado o ensino médio, tinha 25 anos e só havia tido um emprego.
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