Dois jovens são baleados por PMs de UPP no RJ

    Agentes da UPP da favela de Pavão Pavãozinho, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, dispararam com fuzis contra dois jovens da comunidade na manhã deste sábado (24)
    Local do crime (Foto enviada com exclusividade à Ponte Jornalismo)
    Local do crime (Foto enviada com exclusividade à Ponte Jornalismo)

    Policiais Militares da UPP (Unidades de Polícia Pacificadora) da favela de Pavão Pavãozinho, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, alvejaram dois jovens por volta das 11h da manhã deste sábado (24). Um deles morreu. Todos os comerciantes da comunidade baixaram as portas com medo de tiroteio.

    “Os policiais chegaram dos dois lados do beco já atirando, na covardia, e não tinha como ninguém revidar. Pareceu uma emboscada mesmo”, afirmou à reportagem da Ponte Jornalismo uma testemunha que não será identificada por motivos de segurança.

    Local do crime (Foto enviada com exclusividade à Ponte Jornalismo)
    Local do crime (Foto enviada com exclusividade à Ponte Jornalismo)

    Klenbison Eduardo Souza, de 30 anos, conhecido como Dudu da Mel, foi atingido por uma bala de calibre .762 na região do abdômen. “Os policiais já tinham até um cobertor, que jogaram por cima dele quando ele estava desfalecido no chão. Não tinha mais reação nenhuma, parecia que já estava morto. Aí enrolaram ele no cobertor pra levar pro hospital”, diz a testemunha.

    O adolescente C.F., de 15 anos, passava pelo local no momento dos disparos e foi atingido em uma das mãos, sendo levado pelo avô ao Hospital Miguel Couto, na Gávea. Já Klenbison foi colocado na viatura e levado pelos policiais ao mesmo hospital. “Foram todos [da comunidade] pro hospital no momento em que as duas pessoas foram baleadas, com receio dos policiais matarem [Klenbison] dentro da viatura, mas infelizmente o primeiro já saiu daqui praticamente morto”, relata a testemunha.

    A reportagem enviou e-mail à assessoria da PMERJ (Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro) indagando-a sobre as circunstâncias em que os jovens foram baleados, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta. Nenhuma das ligações feitas pela Ponte Jornalismo foi atendida.

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