Manifestação terminou por volta das 23h desta segunda (10) após polícia ameaçar invadir o local e retirar todos à força
Os funcionários do escritório da Secretaria de Administração da Secretaria Geral da Presidência da República, na Avenida Paulista, em São Paulo, não conseguiram nem ver a ação de estudantes que ocuparam o local, por volta das 17h30 desta segunda-feira (10). A ação dos alunos ocorreu em protesto contra a PEC (Projeto de Emenda à Constituição) 241. Foi tudo muito rápido.
A PEC, aprovada ontem em primeiro turno, cria um teto para o crescimento dos gastos do Brasil durante 20 anos. Na prática, áreas de educação e saúde vão sofrer cortes. Pensando em impedir o que os estudantes autônomos e organizações estudantis chamam de “mais um retrocesso do governo de Michel Temer”, todos se uniram e decidiram se manifestar.
Depois da entrada dos estudantes no local, a polícia chegou e não deixou ninguém entrar e sair. O advogado ativista Denis Veiga, que estava na porta do escritório com outros dois colegas, disse que nenhum comandante da operação apareceu para fazer a negociação. “Estamos tentando entrar porque tem menores aí dentro. E a polícia, em uma atitude arbitrária e ilegal, não nos deixa entrar”, disse.
Enquanto isso, os jovens afirmavam que passavam fome e sede, encurralados pela policia do lado de dentro. Alguns colegas de organizações que estavam do lado de fora tentaram entrar com alimentos, mas foram impedidos pela polícia. Outras pessoas, que estavam participando de outra manifestação de rua pelo mesmo motivo, ficaram paradas na porta gritando “fora, Temer”.
Com o horário já batendo 22h, deputados começaram a aparecer na porta do escritório para negociar com a polícia em nome dos estudantes. A deputada estadual Márcia Lia (PT) disse que foi agredida por um policial quando tentava entrar no local ocupado.
Depois disso, os estudantes foram ameaçados: ou eles saíam, em 15 minutos, ou a polícia iria invadir o local e retirar todos a força. Com medo da violência, estudantes começaram a se organizar para fazer a saída pacífica, o que ocorreu por volta das 23h.