Câmera registrou crime em posto de gasolina em São Bernardo do Campo; hoje na Fundação Casa, Wellington Marcos de Almeida foi exonerado da PM
Um ex-PM assediou a namorada de um rapaz e depois de uma briga o matou com um tiro em São Bernardo do Campo (Grande SP). O crime aconteceu em um posto de gasolina na noite de sexta-feira (4/9).
Wellington Marcos de Almeida, hoje funcionário da Fundação Casa, estava no estabelecimento quando Juan Phillip Almeida Swanepoel, 25 anos, chegou com sua namorada, Luana Gomes Feitoza.
Segundo testemunhas, Wellington estava alterado e já havia assediado uma atendente do posto. Ele fez o mesmo quando Luana passou, o que fez Juan tirar satisfação.
Os dois homens discutiram e, depois, brigaram. Wellington saiu ferido com seu carro. De acordo com o Boletim de Ocorrência, demorou 20 minutos para voltar. Dessa vez estava armado.
O ex-PM saiu do carro direto na direção de Juan e Luana. Estava com arma em punho. Primeiro, agrediu o homem e, na sequência, derruba e chuta a jovem. Na sequência, Juan vai para cima e troca agressões com o ex-PM.
Imagens de câmera de segurança mostram a ação. Após levar alguns golpes, o funcionário da Fundação Casa consegue levantar a arma e atirar. Ele acertou o homem no pescoço. Juan caiu e não resistiu aos ferimentos, morrendo no local.
Luana também acabou atingida, sendo socorrida ao Hospital Mário Covas, na cidade vizinha de Santo André. Seu estado é considerado grave e ela corre risco de morrer, segundo amigos.
Acionada, a PM usou imagens de câmeras de segurança para localizar Wellington, que foi pego ainda na madrugada. O homem admitiu o crime, segundo os policiais. Ele está preso no 2º DP de São Bernardo.
De acordo com o registro da ocorrência, Wellington entregou a arma usada para matar Juan e ferir Luana, um calibre .380. Ele está preso em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio.
A PM dispensou Wellington no dia 5 de agosto de 2015. Conforme consta no Diário Oficial daquele dia, a exoneração se deu por descumprir artigos do estágio probatório da corporação
A explicação é que o homem teve atitudes que comprometiam “os valores, os deveres éticos e a disciplina policiais-militares”. Assim, recebe a pena cabível, que é a exoneração por não ser aprovado no curso de formação técnico profissional.
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Atualmente, Wellington é funcionário público da Fundação Casa. Arquivos da instituição o colocam como trabalhador da unidade dois de São Bernardo.
A defesa do ex-PM nega “veementemente” as acusações e diz que “verdade sobre os fatos serão esclarecidas perante o judiciário em momento oportuno”. O advogado Jhonny Grilo aponta que os elementos são “frágeis” e lutará pela liberdade do homem.
“Destacamos que apenas uma parte do vídeo foi exibida, sendo que os momentos que Wellington foi agredido por Juan, foi omitido pela imprensa”, sustenta o defensor. A nota do escritório Jhonny Oliveira também é assinada pelo advogado Ithalo Alves e três assistentes jurídicos.
A Ponte questionou a Fundação Casa e a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, comandada pelo general João Camilo Pires de Campos neste governo de João Doria (PSDB), sobre o crime.
Em nota, a pasta explicou que, além de homicídio e tentativa de homicídio, o ex-PM responderá por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. ” Esclarecermos que o autor não era policial”, aponta a secretaria. A Fundação Casa não havia respondido até a publicação desta reportagem.
Já a Fundação Casa explicou que Wellington trabalhava na unidade São Bernardo há 4 anos e 7 meses anos e não a instituição “não tem conhecimento que possuía arma de fogo”. “A Corregedoria Geral da Fundação Casa irá instaurar sindicância para apurar os fatos”.
A Ponte também tentou contato com a família de Wellington pelo telefone apresentado em boletim de ocorrência, mas não obteve êxito.
Atualização às 16h45 o dia 8 de setembro para incluir posicionamento da Fundação Casa.
Atualização às 10h16 do dia 11 de setembro para acrescentar a defesa do ex-PM Wellington.
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