Segundo o Boletim de Ocorrência do caso, Janaína Yamashita de Lima Dias, de 31 anos, foi encontrada em rua da Zona Leste de SP com “diversos ferimentos provocados pelos tiros e várias capas de projéteis ao redor do corpo”
O soldado da Polícia Militar Márcio da Silva Lima, 31 anos, confessou ter matado a ex-namorada, a vigilante Janaína Yamashita de Lima Dias, 31 anos, na rua Mapixi, região de Itaquera, Zona Leste de São Paulo, por volta das 22h30 de quarta-feira (11/1). A informação é da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP).
Segundo alguns sites de notícias, o PM teria usado seu perfil no Facebook para confessar o crime. A mensagem começa pedindo perdão aos amigos e dizendo: “matei a Janaína“. Ao longo da publicação, o militar alega que cometeu o feminicídio por causa de um possível relacionamento entre Janaína e o dono da academia na qual treinava.
De acordo com o Boletim de Ocorrência do caso, policiais militares que realizavam o patrulhamento pela região foram informados sobre disparos de arma de fogo e se deslocaram até o local. Ao chegar, encontraram o corpo de Janaína caído no chão, com “diversos ferimentos provocados pelos tiros e várias capas de projéteis ao redor do corpo”. A vigilante morreu antes de o resgate chegar.
Ainda segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo, depois de matar a ex-companheira, o soldado pegou seu carro e foi à companhia da Polícia Militar onde trabalhava, para confessar o crime aos seus companheiros de batalhão. Os PMs levaram Lima para a 24º Distrito da Polícia Civil, na Ponte Rasa, na Zona Leste.
O crime foi registrado como homicídio qualificado pelo delegado Rafael Herculiani Pavarina. O soldado Lima foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes. Com ele, foram apreendidas duas armas de fogo, além de carregadores de munição.
Procurado pela Ponte Jornalismo, o pai de Janaína, Antônio Lima, disse que a família está abalada e não quis comentar o caso.
Feminicídio
Segundo o “Dossiê Violência Contra as Mulheres“, do Instituto Patrícia Galvão, feminicídio “é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro”.
De acordo como o documento, o Brasil possui um dos maiores índices de homicídios femininos no mundo. Com uma taxa de 4,8 assassinadas para cada 100 mil mulheres, o país ocupa a quinta posição em um ranking de 83 nações.
