Ato foi parte de uma ação nacional da Frente Povo Sem Medo, reunindo partidos e entidades sociais e sindicais, e protestava também contra aumentos de combustíveis e alimentos

Neste sábado, 9 de abril de 2022, múltiplos atos foram convocados pelo Brasil para protestar contra o governo Bolsonaro. Os protestos Bolsonaro Nunca Mais foram organizados pela Frente Povo Sem Medo, que reúne entidades como o MTST, MST, Marcha Internacional das Mulheres, sindicatos e os partidos de esquerda PSTU, PSOL, PT, PCO e PCB.

A manifestação, que também protestava contra a piora das condições econômicas com aumentos de gás, combustíveis e alimentos, foi acompanhada pelo repórter fotográfico Daniel Arroyo, da Ponte.

A concentração aconteceu às 14h na Praça da República e os manifestantes se movimentaram em direção ao Largo São Francisco.

O MTST marcou presença com membros de diversas ocupações.
Daniel Arroyo entrevistou o aposentado Rafael Teixeira, que disse esperar passar a bandeira para as novas gerações: “Eu quero deixar com pessoas cultas, simples e batalhadoras, que combatam a violência contra os mais pobres, os favelados… para combater esse pessoal que é contra os moradores de rua, porque, quanto mais pessoas famintas, para eles é melhor.”
Na concentração final, no Largo São Francisco, Guilherme Boulos fez um discurso relembrando a importância do local como palco de manifestações contra da ditadura militar, falando também de suas vítimas e da apologia que o governo Bolsonaro faz a esse período.
A reportagem presenciou ainda a PM obrigando manifestantes a retirarem suas máscaras, alegando que isso constituiria uma “quebra da ordem” e falando de eventos em outros protestos. Os manifestantes cederam.
A dispersão começou às 17h20 e acabou antes das 18h. Ainda que a manifestação estivesse se dispersado voluntariamente, o repórter Daniel Arroyoe presenciou a PM “varreu as ruas”, percorrendo com sirenes ligadas para não deixar mais ninguém no lugar. Manifestantes consideraram isso um exagero.

A Ponte pediu à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo por sua estimativa do número de manifestantes e sobre a ordem de remoção das máscaras, mas não obteve resposta.