Inicialmente, governo do Estado não aponta relação direta entre os casos, ocorridos em menos de 24 horas
Em menos de 24 horas, homicídios em série e a reação de policiais a uma fuga de presos mataram 31 pessoas no Pará entre a tarde de segunda-feira (9/4) e terça-feira (10/4). Os casos fizeram a Segup (Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social), do governo Simão Jatene (PSDB), montar uma força-tarefa para apurar as mortes.
As execuções mataram 11 pessoas em ataques a tiros praticados em bairros de Ananindeua, cidade na região metropolitana de Belém, e dois deles na própria capital. Os crimes ocorreram entre 14h30 e 18h, menos de 24 horas após a morte de dois policiais militares.
Na noite de domingo, o cabo Ernani Rogério Silva da Costa, 32 anos, foi assassinato no bairro 40 Horas, em Ananindeua. Outro PM morreu após ser baleado no bairro da Sacramenta, na capital, na manhã de segunda-feira — seu nome não foi divulgado. Um dos 11 homicídios ocorreu justamente no bairro 40 horas.
A cúpula da segurança paraense se reuniu após a morte dos dois policiais e definiu a criação da força-tarefa. Neste ano, 16 membros da tropa morreram, três deles da reserva.
“O objetivo da sala de situação e de toda essa ação é dar uma resposta imediata à população sobre essas mortes”, afirmou o secretário de segurança Luiz Fernandes Rocha.
Segundo informações da pasta, em cinco destes casos os autores já foram presos em flagrante e em sete os assassinos foram identificados. Outros quatro casos permanecem em investigação.
Fuga em presídio vira massacre
Além de 11 homicídios, outras 21 mortes aconteceram no Pará durante a ação de policiais em uma tentativa de fuga no Complexo Prisional de Santa Izabel do Pará. Outras cinco pessoas ficaram feridas.
Segundo informações da Segup, um grupo armado usou explosivos em um dos muros do Pavilhão C do CRPP III (Centro de Recuperação Penitenciário do Pará) para possibilitar a liberação de presos dos Pavilhões B e C.
Homens armados dentro do Complexo e da colônia agrícola Heleno Fragoso atuaram na tentativa. O governo não explicou como os armamentos sob posse dos presos entraram no presídio, se antes da ação ou se durante a tentativa de fuga.
A ação do Batalhão Penitenciário matou 20 pessoas, entre membros do grupo e presos. Um agente penitenciário também morreu. Não há informações detalhadas sobre a morte do agente Guardiano Santana, 57 anos. Outros quatro agentes se feriram, um em estado grave.
“A resposta do estado foi muito importante para evitar que uma fuga em massa tivesse sido registrada na tarde de hoje”, comentou o coronel André Cunha, secretário adjunto de Gestão Operacional da secretaria.
Após a ação, houve uma operação para identificar os mortos e apreender as armas usadas pelo grupo. Duas equipes da Divisão de Homicídios e uma da DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado) atuam neste trabalho.