Líder de movimento de trabalhadores que entregam comida por aplicativo foi conduzido à delegacia na manhã deste domingo (28)

O entregador de aplicativos Paulo Roberto Lima, conhecido como Galo de Luta, de 32 anos, foi detido e levado para delegacia na manhã deste domingo (28/3), após supostamente mostrar o dedo do meio para policiais militares, empreender fuga com uma Kombi na região da avenida Paulista, no centro de São Paulo, e bater o veículo no portão da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
As informações constam no boletim de ocorrência registrado no 78º DP (Jardins). Galo assinou um termo circunstanciado por desacato e, em seguida, foi liberado para voltar para casa com a Kombi.
Leia também: Fomos punidos por greve, denuncia entregador
Galo ficou conhecido por ser uma das principais lideranças do movimento Entregadores Antifascistas, que reivindica por mais direitos e melhores condições de trabalho para as pessoas que atuam entregando comidas vendidas por aplicativos como iFood, Rappi e Uber Eats.
De acordo com o registro feito na Polícia Civil, Galo estava em seu carro quando passou por um veículo da Polícia Militar. Em um ato de protesto, o entregador teria mostrado dedo aos PMs e os xingado. Os policiais, então, iniciaram uma perseguição na tentativa de abordá-lo, e chegaram a acionar outras viaturas.
A perseguição só teria terminado quando Galo entrou na avenida Paulista, perdeu o controle da Kombi e bateu no portal da Fiesp. Os policiais o detiveram e conduziram à delegacia, onde foi registrado o boletim de ocorrência por desacato.
Pouco depois das 14h, o entregador publicou no Twitter que estava bem e em casa. A Ponte tentou contato com Galo desde a tarde deste domingo, mas ainda não obteve retorno.
Em entrevista ao Alma Preta, o entregador disse que havia sido insultado por policiais militares na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, antes de parar em uma lanchonete. Depois que comeu, teria visto policiais de novo e, pensando ser os mesmos, devolveu as provocações.
Ainda de acordo com relato ao Alma Preta, Galo disse que não parou o veículo logo no início da perseguição por ter ficado com medo por estar em uma região periférica, na Rodovia Raposo Tavares, e buscou seguir até uma via com câmeras de segurança.
Segundo o registro na Polícia Civil, Galo disse que se arrependeu de ter mostrado dedo aos policiais. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo disse que o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal.