GOG conecta Brasília e diáspora africana para falar de seus 30 anos de hip hop

    Com 11 discos gravados e mais de 200 músicas, rapper relembra trajetória e homenageia pessoas que ajudaram a construir os caminhos da luta contra o racismo

    Genival Oliveira Gonçalves, 55 anos recém completados, o GOG, é um dos precursores da cultura hip hop no Brasil. Para comemorar seus 30 anos de carreira, lançou novos trabalhos, em março deste ano: o EP Talismã e o videoclipe da música Anfitriã. Em entrevista à Ponte Jornalismo, o rapper falou sobre seu início de sua carreira, suas influências musicais, dos novos trabalhos, de como anda o cenário da cultura, do rap nacional e também do Brasil frente à pandemia de coronavirus.

    Nascido em Sobradinho, cidade satélite de Brasília, GOG é da primeira geração do hip hop brasileiro. Conhecido como “O poeta do rap nacional”, teve seu primeiro sucesso com a música Brasília periferia, que faz parte do disco Dia a dia da periferia, lançada em 1994. Segundo o autor, esse seu primeiro sucesso revolucionou a visão que as pessoas tinham da quebrada. “As vozes das quebradas não eram reconhecidas, só eram vistas nos noticiários policiais, com preconceito, e de repente elas estavam ali, em um disco. E isso causou surpresa nas pessoas”, dispara o autor.

    Foto: Divulgação/Rafael Berezinski

    O rapper, que tem 11 discos gravados e mais de 200 músicas, relembra sua trajetória e faz referências à diáspora africana, ao conhecimento do povo preto e rende homenagens a pessoas ilustres que ajudaram a construir os caminhos da luta social contra o racismo.

    O videoclipe da música Antriã foi gravada no Teatro Popular Solano Trindade, em Embu das Artes (Grande SP) e traz personagens que fazem parte da história do movimento antirracista, como Regina Lúcia, Milton Barbosa e José Adão, fundadores do MNU (Movimento Negro Unificado) e também tece homenagens aos fundadores do Teatro e dissipadores da cultura, como Solano e Raquel Trindade.

    E GOG deixa seu recado sobre o Brasil de hoje, as lutas periféricas contra as violências sociais, a solidariedade, a soberba frente à pandemia e a importância que o rap tem nesse cenário todo: “Quem está reclamando são os grandes, os pequenos estão trabalhando e se organizando para se manterem vivos”.

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