Investigação do Ministério Público e da Corregedoria aponta que PMs extorquiam criminosos para não prendê-los e avisá-los de operações policiais
Um grupo de 31 policiais militares foi preso nesta terça-feira (14/8) acusado de facilitar o tráfico de drogas no interior de São Paulo. Segundo investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPE (Ministério Público Estadual), e da Corregedoria da PM, os PMs extorquiam traficantes para fazerem vista grossa à venda de drogas e ainda avisavam os criminosos de operações planejadas da polícia — evitando, assim, a prisão de seus aliados no crime.
O grupo agia nas cidades de Sumaré, Hortolândia, Mogi Mirim, Sorocaba, Bauru e São Carlos. Os PMs estão presos temporariamente por 15 dias no Presídio Militar Romão Gomes, conforme 32 mandados de prisão expedidos. Um PM não foi localizado. A patente dos envolvidos vai de soldados a sargentos.
Segundo a Corregedoria, a ação faz parte de um plano de metas traçado pelo comando da corporação e envolveu agentes do Gaeco porque utilizou a expedição de outros 8 mandados de prisão, contra pessoas de fora da polícia.
O MP sustenta que as ações movimentavam mensalmente por volta de R$ 150 mil. Os acusados foram denunciados por tráfico de drogas, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em nota à imprensa divulgada às 20h desta terça-feira (14/8), a SSP (Secretaria da Segurança Pública), através de sua assessoria de imprensa terceirizada, a InPress, informou que o policial então não encontrado foi preso no decorrer do dia, concretizando os 32 mandados de prisão.
“A SSP não compactua com desvios de conduta por parte de seus integrantes. Os 32 policiais presos preventivamente estão sujeitos, na esfera administrativa, a sanções que podem chegar à expulsão. Outras quatro pessoas foram presas durante a Operação “Tio Genésio”. Dois mandados também foram cumpridos em presídios”, sustenta a pasta.