Pedro Bernardo comprava um lanche quando o funcionário se recusou a concluir a compra se ele não falasse o nome de registro: ‘Fala seu nome de mulherzinha’, teria dito o homem

O jovem Pedro Bernardo Bezerra dos Santos acusa funcionário do Burger King de cometer transfobia contra ele no dia 17/12 na unidade da rede localizada no Shopping Butantã, zona oeste de São Paulo. Os funcionários teriam caçoado do fato de Pedro ser um homem trans e o inferiorizado na frente de outros clientes.
Segundo o relato de Pedro, ele foi ao caixa fazer seu pedido quando o atendente o obrigou a falar seu nome de registro. Este era um requisito obrigatório para concluir a compra, de acordo com o funcionário, que seguiu: “Você é mulher, está doida que tu não é homem. Fala seu nome de mulherzinha”, teria dito o funcionário para Pedro.
A vítima também relata que não havia gerente no local naquele momento e que o funcionário ainda ficou ironizando a situação com “piadinhas”. Pedro aponta que todas tinham teor transfóbico.
Fui no @BurgerKingBR do shopping butantã e passei a maior humilhação da minha vida. Sou homem trans e fui OBRIGADO a falar e colocar meu nome de registro no meu pedido. O atendente ficou fazendo piadinhas comigo e eu estou extremamente mal por isso.
— chefinho (@tedropei) 17 de dezembro de 2018
Para ele, o que também chamou a atenção foi a negligência das outras pessoas que estavam no local, tanto outros funcionários da loja quanto clientes. “Todos da fila ficaram olhando como se a situação fosse mega normal e eu lá, passando por aquilo numa rede de fast-food que faz propaganda com “respeite a diversidade” e etc. Não adianta fazer um puta marketing sendo que os funcionários praticam o contrário”, disse o rapaz, em seu perfil no Twitter.
todos da fila ficaram olhando como se a situação fosse MEGA normal e eu lá, passando por aquilo numa rede de fast food que faz propaganda com “respeite a diversidade” e etc. Não adianta fazer um puta marketing sendo que os funcionários praticam o contrário.
— chefinho (@tedropei) 17 de dezembro de 2018
Ao denunciar o caso na rede social, a conta oficial da empresa entrou em contato com Pedro, mas não deu muitas respostas. Em uma postagem na mesma rede social, o Burger King escreveu: “Agradecemos o retorno. Entraremos em contato com o coordenador da unidade para tomar providências, ok? Conte com a gente”. Em nota, a assessoria de imprensa do Burguer King disse que “repudia qualquer ato de discriminação” e que “prezamos pela diversidade e o nosso propósito é fazer com que todos se sintam bem-vindos em nossos restaurantes”, apontam.
Olá! Tudo bem? Poderia nos informar o seu nome completo, telefone e e-mail, via DM, por favor? Assim poderemos tomar uma providência. Entraremos em contato em breve, ok? Abraços! 🙂
— Burger King Brasil (@BurgerKingBR) 17 de dezembro de 2018
Recentemente, a empresa realizou algumas campanhas publicitárias em prol da diversidade de gênero, com lanches e propagandas temáticas nas últimas edições da Paradas do Orgulho LGBT+. A assessoria da rede ainda reiterou que está “investigando o caso” e que o comportamento denunciado “não condiz com os valores reforçados em treinamentos que são realizados periodicamente”, explicam.