“Já produzimos um sistema monstruoso e queremos botar mais gente nesse sistema”

    A socióloga Vera Malaguti diz, no 8o. vídeo da série Sobre Crimes e Castigos, que colocar mais gente dentro do sistema penal brasileiro é uma estratégia suicida

     

    Charge_Ponte_Juniao_Maioridade_Penal_Vera_Malaguti

     

    Socióloga, professora da Universidade Cândido Mendes e secretária-geral do Instituto Carioca de Criminologia, Vera Malaguti afirma que a redução da maioridade penal é uma estratégia suicida:

    Nem na época da ditadura isso passou… Já produzimos um sistema monstruoso e agora queremos botar mais gente nesse sistema. Que vantagem isso vai trazer para o Brasil como um todo? As possibilidades deles quando saírem da prisão vão ser sempre piores… E você ouve isso: joga todo mundo lá dentro e explode. No limite essa é a proposta nazista.

    Nesta semana, Ponte Jornalismo publica até sexta-feira, a série de vídeos  “Sobre Crimes e Castigos” , um projeto documental que apresenta diversos pontos de vista sobre as contradições da proposta de redução da maioridade penal em pauta no Congresso Nacional. Serão 10 entrevistas com estudiosos da criminalidade e operadores do direito (defensores, promotores, policiais, juízes, secretários de segurança pública, parlamentares) que, de dentro da máquina do Estado, tentam fazer ecoar uma voz alternativa às medidas punitivas predominantes.

    O projeto “Sobre Crimes e Castigos” é de autoria de Marina Lima, roteirista, e de Vini Andrade, filósofo e cineasta.

    1o. vídeo: Alguém acredita que o sistema penitenciário brasileiro funciona?

    2o. vídeo: A mídia leva a população a associar redução da maioridade penal com mais segurança, diz juiz

    3o. vídeo: “O encarceramento sempre foi um instrumento de manutenção da ordem econômico-social”

    4o. vídeo:“Nenhum país do mundo conseguiu provar que redução da maioridade penal provoca redução da criminalidade”

    5o. vídeo:“Nenhum país do mundo conseguiu provar que redução da maioridade penal provoca redução da criminalidade”

    6o. vídeo: “Condenar irremediavelmente uma pessoa por um erro cometido é negar a quem acusa o direito de errar”

    7o. vídeo: Há uma perspectiva de classe na divulgação de crimes no Brasil, denuncia deputado

    Quem faz:

    MARINA LIMA (roteiro e direção) é roteirista graduada em direito e comunicação social. Há anos, sonha com o dia em que as leis do Brasil democrático sairão do papel.

    VINI ANDRADE (roteiro e direção), filósofo de formação, investiga os motivos e os efeitos do ‘castigo’ no espectro do convívio em sociedade desde a graduação.

    CAIO PALAZZO (fotografia e som) é fotógrafo e comunicador na Ponte Jornalismo, onde investiga temas relativos à segurança pública.

    FERNANDA LIGABUE (fotografia e som) é fotógrafa, videomaker e midiativista.

    FELIPE CARRELLI (edição) é editor e cineasta. Dirigiu o documentário “Ano Luz” (2015).

    LUÍZA FAGÁ (edição) é escritora, jornalista e cineasta. Dirigiu o documentário “Engarrrafados” (2009).

    AMANDA JUSTINIANO (design gráfico) é artista gráfica, designer e idealizadora do Movimento Não Mate.

    Mais sobre o projeto Sobre Crimes e Castigos

    Já que Tamo junto até aqui…

    Que tal entrar de vez para o time da Ponte? Você sabe que o nosso trabalho incomoda muita gente. Não por acaso, somos vítimas constantes de ataques, que já até colocaram o nosso site fora do ar. Justamente por isso nunca fez tanto sentido pedir ajuda para quem tá junto, pra quem defende a Ponte e a luta por justiça: você.

    Com o Tamo Junto, você ajuda a manter a Ponte de pé com uma contribuição mensal ou anual. Também passa a participar ativamente do dia a dia do jornal, com acesso aos bastidores da nossa redação e matérias como a que você acabou de ler. Acesse: ponte.colabore.com/tamojunto.

    Todo jornalismo tem um lado. Ajude quem está do seu.

    Ajude

    mais lidas