Rafael Aparecido de Souza, 23 anos, viu o irmão sendo abordado por dois PMs e acabou atingido por um disparo no peito; segundo versão do policial no boletim de ocorrência, tiro foi acidental
Na madrugada deste domingo (5/5), Rafael Aparecido de Souza, 23 anos, foi morto em São Mateus, na zona leste de São Paulo, quando conversava com primos e um tio na frente da sua casa. De acordo com familiares, Rafael foi ver seu irmão que estava sendo abordado por dois PMs e acabou atingido por um disparo no peito. De acordo com Ariel de Castro Alves, advogado e conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana), os dois PMs envolvidos na ocorrência não prestaram socorro e fugiram do local.
A causa da morte, segundo o serviço funerário da Prefeitura de São Paulo, foi “hemorragia aguda por agente perfuro contundente/ projétil de arma de fogo”. Rafael deixou o filho Lorenzo de apenas 2 meses. Os familiares ainda arcaram com mais de R$ 3 mil com velório e enterro.
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais realizaram abordagem no local, que é um “conhecido local de venda de drogas”, e onde um grupo estava em atitude suspeita. Além disso, os PMs afirmam que algumas pessoas os hostilizaram e um dos indivíduos teria tentado tomar a arma de um deles, gerando a reação e um disparo acidental.
Embora ressalte que o caso de Rafael não tem ligação com as outras três mortes ocorridas no fim de semana durante ações da Rota, a tropa mais letal da PM paulista, Ariel de Castro Alves demonstra temor com o clima de revide nas ruas. “A preocupação que temos é de possíveis matanças e a atuação de grupos de extermínio como retaliação às mortes dos PMs da Rota”, diz o conselheiro do Condepe.
“O banho de sangue e a matança em Guararema pode estar gerando as mortes de policiais da Rota como retaliação do crime organizado, mas isso precisa ser investigado. A comemoração feita pelo governador João Doria pode ter colaborado pra isso”, explica. “Como defensores de direitos humanos, devemos repudiar também as mortes dos agentes do Estado e a reação policial não pode ser com mais mortes e sim com investigação e prisões dos autores dos crimes”, conclui.
A SSP-SP informa que a morte de Rafael está sendo investigada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
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