Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos, foi questionada por representante de comitê contra o genocídio da juventude durante evento na Câmara de SP
A ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), foi cobrada nesta segunda-feira, 25/08, sobre o que pretende fazer contra as mortes de jovens nas periferias das grandes cidades. A representante do governo federal foi questionada durante sua participação no lançamento da Caravana de Educação em Direitos Humanos, na Câmara Municipal de São Paulo.
Quando a ministra se preparava para deixar o evento, o Rapper Pirata, representante do Fórum de Hip Hop de São Paulo e integrante do Comitê contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica, tomou a palavra.
Pirata exigiu alguma medida efetiva da SDH em favor da juventude. “Queria uma recomendação contra o Estado de São Paulo, porque não há nenhuma. Desde 2012, o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo] não vem a São Paulo para falar sobre a polícia. Ninguém faz nada. Ele só vem para trocar ideia na luta contra o PCC [Primeiro Comando da Capital]. Só que essa luta é o aprisionamento e morte dos adolescentes. Isso é algo muito sério em São Paulo, é uma calamidade. A Secretaria de Direitos Humanos não entra com uma carta, não escreve nada”, afirmou.
O rapper também criticou a falta de ação dos governos federal e estadual, além de entidades de defesa dos direitos humanos. “Todas as instituições de defesa dos direitos humanos, desde 2002, não se manifestam em nada sobre a situação de São Paulo. Isso é algo muito sério. A gente fala da questão do genocídio da juventude e parece balela”, disse.
Durante a sua intervenção, Pirata criticou também o discurso conservador adotado por candidatos na campanha eleitoral. “Os caras estão se candidatando e falando em morte toda hora. É declarado isso. Eles estão falando ‘nós somos contra os adolescentes, somos contra os pobres’ e continuam matando. O que estão fazendo essas instituições de direitos humanos?”, questionou.
Institucional
A ministra afirmou que se vê obrigada a assumir determinadas tarefas institucionais e a seguir regras, como a de não intervir nos estados, a não ser que seja chamada pelos governos estaduais. “Como é que a gente pode superar, às vezes, as regras que nos impedem [de atuar]? A gente pode fazer as parcerias. Ou vocês acham que estamos fazendo a caravana da educação em direitos humanos porque a gente está com todos os instrumentos na mão?”, questionou.
Ideli disse que tem consciência dos problemas. “Quero dizer, Pirata, que temos a convicção absoluta do que está acontecendo aqui no Estado de São Paulo, como está acontecendo em vários outros estados”, disse. “Como as coisas são graves em vários estados, a caravana é exatamente a parceria que precisamos para que a sociedade nos ajude a colocar essas questões no centro do debate”, explicou.
O evento foi organizado pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e contou com as participações do presidente da entidade, Rildo Marques, do secretário municipal dos Direitos Humanos na capital paulista, Rogério Sottili, da vereadora Juliana Cardoso (PT), do deputado estadual Adriano Diogo (PT), do psiquiatra Paulo Amarante (movimento antimanicomial) e de Ivan Seixas, (representando a Comissão da Verdade).
Todas as propostas discutidas e aprovadas na caravana farão parte de uma carta que será entregue à Secretaria de Direitos Humanos.
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