Criolo cai no samba com ‘Espiral de Ilusão’ e mantém a influência do rap nas rimas ágeis e na temática (a crônica do cotidiano das quebradas), como em Cria de Favela: “Tava escutando Fela/Na boca da minha janela/(…) Moleque da biqueira/Que tava no corre-corre”
Em Espiral de Ilusão, quarto disco gravado em estúdio, Criolo se rende ao samba. A obra está disponível para download no site: www.criolo.net. Também é possível baixar gratuitamente uma revista encarte.
Este trabalho surgiu de uma parceria entre agência Codex Uqbar e a Oloko Records. No recheio, uma entrevista com o músico que fala um pouco sobre suas referências para a criação do disco, a maneira como o samba impactou sua vida, os artistas que o influenciaram e por aí vai. Também é possível acompanhar as letras das canções e ler as partituras. As ilustrações da revista e a capa de “Espiral de Ilusão” levam a assinatura do artista Elifas Andreato.
Criolo realiza um sonho antigo e mergulha fundo no vocabulário do samba neste disco: tem samba de breque, tem influência da roda de samba do Grajaú (o Pagode da 27), tem gafieira. Também tem malandro, tem gente sofrendo por amor, tem influência da cultura africana, dos discos do pai e das músicas cantaroladas pela mãe. O músico reúne dez canções inéditas– oito composições próprias. A Filha do Maneco ele assina com Ricardo Rabelo e Jefferson Santiago. Hora da Decisão foi escrita por Rabelo e Dito Silva – única sem sua participação. A produção fica a cargo da dupla Marcelo Cabral e Daniel Ganjaman.
A influência do rap está nas rimas ágeis e na temática – a crônica do cotidiano das quebradas como em Cria de Favela: “Tava escutando Fela/Na boca da minha janela/(…) Moleque da biqueira/Que tava no corre-corre”. Já a crítica social continua presente nos versos de Menino Mimado: “Eu não quero viver assim/ mastigar desilusão/Este abismo social requer atenção/Foco, força e fé, já falou meu irmão/Meninos mimados não podem reger a nação/Meninos mimados não podem reger a nação”.
Espiral da Ilusão é um disco de um brasileiro que gosta e respeita o velho e bom samba.
Em janeiro de 2015, a Ponte Jornalismo trocou uma ideia com Criolo. Assista: