“Pegaram ele por racismo. Ele é negro, foi confundido por outra pessoa negra só por causa da cor dele”, diz esposa
Cerca de 30 pessoas, moradoras da periferia de São Paulo, fizeram uma manifestação na avenida Paulista nessa quarta-feira (25), pedindo a liberdade do vendedor ambulante Wilson Alberto Rosa, de 32 anos, preso em 13 de janeiro. O ato saiu por volta do meio-dia da altura da Estação Brigadeiro, caminhou até o início da rua da Consolação e voltou à Estação Brigadeiro, onde terminou, porr volta das 14h30 (assista ao vídeo abaixo).
A esposa do vendedor ambulante, Leandra da Silva, afirma que ele foi preso por ser negro. “Pegaram ele por racismo. Ele é negro, foi confundido por outra pessoa negra só por causa da cor dele.”
O motorista Hebert Neves Medeiros, de 37 anos, amigo de infância de Wilson, reforça que o ambulante foi preso injustamente e lamenta a forma como a prisão foi feita. “O Wilson é um pai de família trabalhador, não precisa roubar. Ele trabalha desde criança vendendo bala em farol. Conheço o Wilson há 26 anos e nunca vi ele cometendo nenhum tipo de delito.”
O ambulante foi preso suspeito de ter roubado um celular e um tablet na avenida Ibirapuera, em 15 de agosto de 2016. Wilson passou pelo procedimento de reconhecimento cinco meses depois do roubo. A vítima do assalto, esposa do investigador da Polícia Civil Carlos Antônio Correia Filho, que prendeu Wilson, descreveu no Boletim de Ocorrência registrado no 100° DP (Distrito Policial) — onde seu marido atua —, que o autor do crime é um homem magro, de pele preta, cabelo raspado e 1,70 m de altura. O B.O. ainda traz a observação de que o autor tem “rosto bem magro”.
O vendedor ambulante Washington Moraes, de 21 anos, que estava com Wilson no dia da prisão, diz que a aparência do vendedor é a “média dos brasileiros: negro, alto e magro”. Ele destaca, ainda, que é importante os amigos de Wilson se mobilizarem pedindo justiça, para que Wilson não seja “só mais um inocente lá dentro [do sistema carcerário], ficando por vários anos”.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP) disse que Wilson foi reconhecido pela vítima e, no dia 17 de janeiro, teve a prisão preventiva decretada. Ele está no Centro de Detenção Provisória (CDP) Guarulhos II, na Grande São Paulo.
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