Pela versão de amigos de Marcos Paulo da Silva Mesquita, 16 anos, policiais estavam em carro particular quando abriram fogo na região conhecida como Cidade Nova, na Rocinha, e ele acabou baleado
Marcos Paulo da Silva Mesquita, 16 anos, foi morto com um tiro no peito, nesta quarta-feira (28/06), na favela da Rocinha (zona sul do Rio de Janeiro). Segundo moradores da região conhecida como Cidade Nova, dentro da comunidade, policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) atiraram contra o jovem.
Segundo um morador, que não quis se identificar por temer represália, os policiais militares circulavam pela Cidade Nova em um carro particular quando saíram e começaram a atirar.
Imagens enviadas ao Defezap (ferramenta que recebe vídeos-denúncias de violência de Estado) mostram moradores gritando, falando que os policiais estão “fazendo opressão” e um dos policiais colocando o corpo de Marcos Paulo no banco da parte de trás da viatura. Outros chegaram a gritavam: “Ele está vivo!”
“Foi quando os policiais, que estavam dentro de um carro particular, saíram e começaram a atirar”, disse o morador. “Crianças e moradores começaram a correr. Ninguém entendendo nada. Eles estão assim agora, andando em carro particular dentro da comunidade”, completou. “Na praça onde os policiais começaram a atirar tem capoeira para crianças, moradores colocam[brinquedo] pula-pula. Idosos ficam jogando cartas. Isso é um absurdo. Todo mundo correu”, continuou.
Segundo a Policia Civil, a Delegacia de Homicídios da Capital, da Polícia Civil, investiga a morte de Marcos Paulo.
O Comando da UPP da Rocinha informou que os policiais faziam patrulhamento quando se depararam com criminosos armados. Houve confronto e o Marcos Paulo foi levado ao Hospital Miguel Couto. Ainda segundo a versão dos PMs da UPP, foram apreendidas drogas e dinheiro com ele.
PAVÃO-PAVÃOZINHO
Também nesta quarta-feira, quatro pessoas ficaram feridas e uma morreu durante um tiroteio no Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana (zona sul do Rio). Fábio Franco de Alcântara, 38 anos, não resistiu aos ferimentos. Ele era porteiro de um prédio na rua Sá Ferreira, perto da comunidade, e foi atingido por estilhaços de uma granada que, segundo a polícia, teria sido lançada por criminosos.
Moradores relataram pânico na entrada da comunidade. “Tão mandando fechar tudo na Sá Ferreira, aqui tá perigoso”, disse um morador. “Os caras [policiais] fazem operação maluca. Operação sem sentido, de doido. Baleou três moradores. Só matam inocente”, disse outro que não quis se identificar.
De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, Fábio Franco chegou morto no Hospital Municipal Miguel Couto.
O Comando da UPP informou que policiais foram atacados por traficantes, que atiraram e arremessaram artefatos explosivos contra os agentes, durante um patrulhamento de rotina.