Moradores de Paraisópolis vivem apreensão após assassinato de sargento

    PM de 52 anos foi atingido na barriga e morreu no hospital; megaoperação gerou medo e apreensão

    Comando da Polícia Militar afirmo que operação não tem data para acabar e divulgou essa imagem nas redes | Foto: Facebook/Polícia Militar

    Uma forte sensação de medo e de liberdade vigiada tomou as avenidas, ruas estreitas e vielas de Paraisópolis, na zona sul da cidade São Paulo, neste sábado (2/11). Além do esperado clima triste do dia de Finados, os moradores também tiveram de conviver com a tensão causada por uma megaoperação da Polícia Militar, um dia após um sargento de 52 anos ter sido baleado na barriga, durante uma abordagem na avenida Professor Alcebíades Delamare, na região de Paraisópolis, na noite de sexta (1/11).

    A Operação Saturação da PM conta com centenas de policiais e, segundo o comandante geral da PM, Marcelo Vieira Salles, não tem “previsão de término”.

    Por sua vez, moradores relatam que a repressão é grande, sem critérios e desmedida.”Eu vi uma abordagem e eu acho que só não bateu no menino porque tinha gente vendo por perto”, disse uma moradora que presenciou a revista feita em um adolescente.

    Os moradores contaram também que teve sobrevoo de helicóptero por todo o bairro até o início da tarde. Muitas pessoas que estavam em suas casas no feriado foram surpreendidas sem saber o que estava acontecendo.

    O sargento Ronaldo Ruas Silva era da Força Tática do 16º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano) e, de acordo com a polícia, foi morto em uma troca de tiros. Um rapaz foi atingido e morreu. O PM foi levado para o Hospital Albert Einstein, também na zona Sul, e morreu por volta das 6h da manhã, após ser operado. 

    Oficialmente, a Secretaria de Segurança Pública informou que a operação deste sábado foi implantada para combater o tráfico de drogas.

    O rapaz morto na abordagem tinha 24 anos. A Justiça havia emitido um mandado de prisão por conta de uma fuga do presídio onde cumpria pena.

    De acordo com moradores, a operação neste sábado usou carros blindados. Muita gente evitou até sair de casa. Alguns moradores, que pediram para não ter o nome divulgado, contaram que a polícia invadiu casas e estabelecimentos comerciais. 

    “O clima é de medo e apreensão pelo que pode acontecer nas próximas madrugadas”, disse um dos moradores.

    Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirma que a equipe do sargento Silva abordou dois suspeitos e um terceiro, que estava armado, atirou nos policiais. Os dois suspeitos fugiram e uma arma foi apreendida no local. 

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