MST registra terceiro assassinato de membros LGBTI+ em um ano

Casos foram registrados no Paraná, Espírito Santo e Paraíba; movimento cobra investigação

Severino Bernardo da Silva, conhecido como Suzy, morreu no início de julho. | Foto: Rafael Stedile/Divulgação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou, na segunda-feira (4), o assassinato de Severino Bernardo da Silva, conhecido como Suzy. O corpo do militante foi encontrado com sinais de tortura na casa onde morava, no assentamento Vanderlei Caixe, em Pedras de Fogo (PB). É a terceira pessoa LGBTI+ ligada ao MST assassinada desde maio de 2021.

De acordo com a nota publicada pelo movimento, Suzy vivia no assentamento havia 9 anos e foi vítima da LGBTIfobia. “Nos solidarizamos com os familiares, amigos e toda militância Sem Terra que tem acompanhado de perto as alegrias e as dores que Suzy travou na luta pelo direito à terra. Seguiremos nas trincheiras contra toda forma de violência”, afirma o texto.

O delegado da Polícia Civil Marcos Paulo, que investiga o caso, disse em entrevista ao portal G1 que ainda não há informações sobre suspeitos e que também trabalha com outras linhas de investigação.

Três vidas

O assassinato de Suzy marca um período sangrento para pessoas LGBTI+ ligadas ao MST. Em maio de 2021, o professor Lindolfo Kosmaski, de 25 anos, foi encontrado carbonizado em São João do Triunfo (PR). Ele era engajado nas atividades do movimento e foi candidato a vereador no município pelo PT em 2020. Segundo reportagem do portal Brasil de Fato, o crime teria sido motivado por homofobia. Os acusados estão presos e aguardam julgamento.

Em janeiro deste ano, o corpo de Gabriel de Souza Araújo, de 21 anos, foi encontrado boiando em um rio no município de Nova Venécia (ES), com sinais de violência. Ao longo da pandemia, o estudante morou em assentamentos do MST. O caso segue sob investigação.

Esta reportagem foi publicada originalmente no site da Agência Diadorim.

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