Larissa Rodrigues teria recusado um programa a um cliente que foi agressivo e, por isso, foi espancada com uma ripa de madeira; nascida em Fortaleza, a jovem vivia em São Paulo e ajudava financeiramente a família
A transexual Larissa Rodrigues, 21 anos, foi morta a pauladas por um desconhecido neste sábado (4/5), na esquina da Alameda dos Tacaúnas com a Avenida Indianópolis, região do Planalto Paulista, na zona sul de São Paulo. Na redes sociais, a mãe e um dos irmãos da vítima postaram mensagens de luto com a hashtag #Larissaeterna.
O caso aconteceu por volta das 22h. Segundo a amiga de infância Sorela Souza, 25 anos, um homem queria realizar um programa com Larissa, mas teria abordado a jovem de forma violenta, tendo o pedido recusado. Instantes depois o mesmo homem voltou com uma ripa de madeira desferindo um golpe em Larissa, que caiu na hora. O mesmo homem teria corrido atrás de uma colega de Larissa que estava no local. Após luta corporal, o suspeito do ataque voltou novamente a desferir golpes com o pedaço de madeira na cabeça de Larissa, mesmo ela estando já desacordada.
Sorela, que assim que soube do crime veio para a capital paulista cuidar dos trâmites de traslado do corpo, lembra com carinho da amiga. “Uma menina muito calma, que gostava de ajudar sua família e as pessoas a seu redor. Super do bem. Sempre pensando no próximo. As redes sociais dela estão lotadas de homenagem, isso mostra como era querida”, disse à reportagem da Ponte.
Natural de Fortaleza e de família pobre, Larissa estava em SP há quatro anos e morava na Avenida 9 de Julho. Segundo Sorela, ela mandava dinheiro semanalmente para a mãe no Ceará.
Uma garota de programa que estava no local do crime na tarde deste domingo (5/5) contou para a reportagem que morte foi motivada após uma tentativa de assalto. Segundo ela, que preferiu não se identificar, Larissa teria tentado roubar o homem, que desferiu os golpes para se defender. A amiga discorda da versão. “Não tem como ela ter assaltado alguém. Ela não tinha corpo para isso e nem precisava disso”, rebateu Sorela.
Uma reclamação das amigas de Larissa é que o socorro teria demorado 1h30 para chegar e que a Polícia Militar impediu que pessoas se aproximassem da vítima. O SAMU (Serviço Móvel de Urgência) foi acionado porque, segundo Carlos, primo da vítima, Larissa estava viva ainda e chegou a ser levada ao PS Arthur Ribeiro de Saboya (Hospital Jabaquara), onde foi constatado o óbito.
Carlos afirmou que a prima era “calma, não usava drogas e nem bebia e, por vezes, era até tímida. Até agora não entendo essa brutalidade. Como uma pessoa chegar e fazer isso. Esse caso não pode ficar só no acaso”, desabafou Carlos.
O homem que atacou Larissa, segundo as amigas, é negro, de estatura mediana e dirigia um Voyage prata. O corpo foi liberado pelo IML (Instituto Médico Legal) Sul, no Brooklin, na tarde deste domingo (5/5), e será velado em Guarulhos. Nesta segunda-feira deve ser trasladado de avião para Fortaleza onde será o enterro.
A Ponte procurou a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), através da assessoria privada In Press, para saber mais detalhes do caso. A pasta informou que a ocorrência foi registrada no 27º DP e que “diligências estão sendo realizadas para identificar e prender o autor do crime”.
*Reportagem atualizada às 20h30 do dia 5/5
[…] mesmo promotor que denunciou Jonatas Araujo dos Santos, 27, por feminícidio contra a jovem trans Larissa Rodrigues da Silva, 21, morta a pauladas em maio de 2019, na região do Planalto Paulista, n… de São Paulo. Na denúncia, ele escreveu: “o crime foi cometido por razões da condição de […]