Com os cursos parados por conta da pandemia, Associação Beneficente Mão na Massa luta para terminar reforma da nova sede e seguir ajudando famílias na zona sul de São Paulo
Entrega de marmitas, pães, kit de higiene, cesta básica, máscara, cobertores. Atendimento jurídico e psicossocial. Aulas de reforço e culinária. Serviços que o Estado deveria fornecer às pessoas que não têm acesso. Mas tudo isso quem oferece é uma mulher negra chamada Maria Inês da Silva ou tia Inês, como é conhecida. Criada por ela, a associação Beneficente Mão na Massa, na Zona Sul de São Paulo, começou pequena e sem pretensões. Três crianças da vizinhança pediram para Tia Inês, que trabalhava como cozinheira em uma creche, que as ensinasse a fazer pão. Elas ficaram tão entusiasmadas que pediram que virasse um curso semanal. Então, como as massas que produziam, o curso foi crescendo a ponto de não caber mais, já eram 20 crianças na cozinha da casa da Tia Inês.
O tempo e as necessidades fizeram o projeto criar corpo a ponto de tia Inês precisar alugar uma casa para desenvolver seu projeto. Quando a Associação nasceu, era ela quem sustentava tudo sozinha com o salário de cozinheira. “Mantenho o projeto com meu trabalho, não consigo atender todas as crianças do meu bairro”, disse em conversa com a Ponte.
Em 2019, Inês perdeu o emprego e quebrou o braço. Desde então, ela mantém o Mão na Massa com a venda seus pães e faxinas. Por conta na falta de renda fixa, ela interrompeu o curso com os adolescentes e reduziu as aulas das crianças apenas para duas vezes na semana.
No início da pandemia, um grupo de voluntários chegou até a Tia Inês para fazer doação de cestas básicas. Vendo toda a dedicação e o aperto que ela passava para manter o trabalho com as crianças, esse grupo acabou ficando para ajudá-la.
Por conta de problemas com o locatário do espaço, foi preciso encontrar um novo lar para o projeto que, com a suspensão das aulas para as crianças por conta da pandemia, passou a fazer e distribuir uma série de alimentos na forma de cestas básicas, pães e marmitas além de produtos de higiene pessoal, máscara e álcool gel, livros e brinquedos para as famílias do entorno do projeto. Como se não bastasse, o Mão na Massa ainda conta com orientação jurídica e acompanhamento psicossocial via vídeo conferência.
O novo local está passando por reforma, conduzida pela própria tia Inês. A casa estava fechada há 10 anos e não oferece segurança suficiente para atender todas essas demandas. E para isso, Tia Inês e a Associação Mão na Massa precisam de ajuda. Precisa de materiais de construção e pedreiros para tocar a obra a tempo de se mudar até outubro. Precisa de voluntários, alimentos, dinheiro para fazer aquilo que o Estado não faz, ir onde ninguém quer ir, chegar aos invisíveis.
Clique aqui e confira a lista de material de construção que a ONG precisa
Para ajudar, basta entrar em contato com a tia Inês pelos telefones (11) 94169-1869 / (11) 98172-2659 ou por email ou ainda pelo Facebook e Instagram.