O que sobra na vida de uma mulher que perdeu o filho e o marido para a violência do Estado no RJ

Rosileni Silva busca um lar para os 14 cães que não consegue mais cuidar após o esposo José Henrique ser morto em ação policial em 2022; casal se apaixonou quando ela perdeu o filho de 16 anos da mesma maneira quase 20 anos antes

Foto de Wallace, de 16 anos, e ao lado Rosileni com o marido José Henrique | Imagens: arquivo pessoal

As palavras de Rosileni Ramos da Silva, de 61 anos, vinham acompanhadas de um amor incondicional que se transformavam em lágrimas ao falar do filho e do marido e, vez ou outra, era possível ouvir os latidos de alguns dos 14 cães que resgatou ao longo dos anos e que tenta, a duras penas, cuidar em casa, no Complexo de Favelas da Maré, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.

O sentimento que traz é de dor e desamparo em meio a um espaço que já foi mais cheio. Há quase dois anos, ela conseguiu doar 16 gatos pouco tempo após perder quem considerava sua fortaleza na vida, seu esposo José Henrique da Silva, morto aos 53 anos durante uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar, na comunidade em 26 de setembro de 2022. “A gente sempre falava que a gente ia ficar velhinho segurando a mão um do outro, mas o Estado não deixou”, lamenta.

José e Rosileni moravam há muito tempo na Maré, mas se conheciam apenas de vista. Ele veio ainda pequeno de Pernambuco junto com a família que buscava trabalhar para melhorar de vida. Conhecido como Zé Careca, acabou se tornando bombeiro hidráulico e também trabalhava como ambulante. A violência também passou por sua família: perdeu um dos irmãos de bala perdida.

Já ela já vinha de relações complicadas com parentes, de um pai agressivo com problemas com álcool, gravidez da primeira filha ainda na adolescência, dois casamentos que não deram certo e a necessidade de trabalhar desde cedo para conseguir o pão de cada dia. Manicure, cuidadora, camelô, vendedora… O que surgisse, topava.

Rosileni era grudada com o filho mais novo, Wallace Ramos da Silva, fruto de seu segundo relacionamento. “Ele era um menino tão bom pra mim. Sabe aquele menino que nunca falou um palavrão? Era um menino carinhoso. Ele me cuidava de mim”, lembra com carinho. Enquanto a primeira filha foi cuidada pela avó e logo depois se casou e conseguiu se formar como técnica de enfermagem, Wallace se dividia entre estudar à noite e ajudar a mãe no trabalho de ambulante durante o dia. Também chegou a trabalhar como cobrador com o cunhado que atuava como motorista de uma kombi na região.

A vidas de Rosileni e José se cruzaram de fato quando ele virou testemunha da morte de Wallace, em 5 de outubro de 2005. Naquela manhã, o adolescente, que tinha 16 anos, ia na casa de um colega da escola para pegar um caderno e copiar o conteúdo da aula de matemática que tinha perdido no dia anterior. “Ele disse ‘eu vou e já volto’. Eu falei ‘tá bom, a mãe vai trabalhar’. Me deu um beijo e saiu”, lembra Rosileni.

No caminho, houve uma incursão de cinco policiais do 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM) que estavam em uma viatura. Na altura do bairro conhecido como Ilha dos Macacos, Wallace, que estava de bicicleta, parou ao ser abordado e levantou a camiseta a pedido dos policiais para mostrar que não estava armado, segundo o depoimento de José na delegacia. Os PMs tiraram o adolescente da bicicleta e o levaram para atrás de trailer que tinha ali perto. Em seguida, deram uma “banda”, ou seja, um chute na perna para ele cair no chão e atiraram. José relatou que os policiais “passaram a efetuar disparos a esmo, como que para dar a ideia de que estavam se defendendo de alguma injusta agressão”.

Ele ressaltou no depoimento que conhecia Wallace desde que nasceu, que o jovem era estudioso e trabalhador e a quem tinha “a maior afeição”. O bombeiro disse que o adolescente não estava armado e não tinha qualquer relação com o tráfico de drogas. José tinha sido o único morador na cena do crime que se dispôs a testemunhar pelo caso e, ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), disse ainda que os policiais mandaram que as pessoas que estavam nos arredores fossem para dentro de casa, mas mesmo assim, quando entrou em um barzinho, conseguiu ver tudo o que aconteceu, mas não conseguiria reconhecer os PMs.

A versão dele é bem diferente da contada pelos policiais na época. No registro de ocorrência, os PMs informaram que estavam patrulhando pelo bairro da Vila dos Pinheiros e, ao chegarem na região da Ilha dos Macacos, dentro da favela, se depararam “com cerca de seis elementos fortemente armados que começaram a efetuar disparos de arma de fogo contra a guarnição que prontamente revidou a injusta agressão, ocorrendo um breve tiroteio”.

Eles disseram que os indivíduos fugiram, mas encontraram “um elemento de cor branca, com cerca de 20 anos presumíveis, caído no chão portando um revólver calibre 38”. Os PMs foram responsáveis por levar Wallace ao Hospital Geral do Bonsucesso. O menino levou dois tiros: um na cabeça, de trás para frente, e um no peito, de frente para trás. O prontuário do hospital não tem informações se o jovem chegou com vida ou morto ao local, havia apenas indicação de “ocorrência policial”.

Banner com imagens de Wallace e José acompanhadas das datas em que foram mortos e a frase “Parem de nos matar. Queremos justiça!” | Foto: Reprodução/Instagram

Rosileni lembra que foi José que também lhe deu apoio após a perda do filho. “Eu vivia chorando, dormia agarrada com a foto do meu filho e ele começou a cuidar de mim. Eu tentei suicídio e ele sempre ali do meu lado, sabe?”, lamenta. “Ele era solteiro, eu também, e começamos a viver juntos.”

O MPRJ denunciou quatro policiais militares pelo crime 15 anos depois da morte de Wallace, em 2020. Um deles, Rone Cesar de Souza Mateus, tinha falecido um ano antes da denúncia por conta de um acidente vascular cerebral. A promotora Márcia Vieira Piatigorsky acusou ele, Benildo Henrique Dias, Jucelio da Conceição Natal e Marco Antonio Coelho Viana por homicídio doloso (com intenção de matar) qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Para ela, os PMs mataram Wallace já rendido e “inseriram na cena do crime uma arma de fogo, simulando uma troca de tiros no local” com base no depoimento de José. A acusação foi aceita pela juíza Viviane Ramos de Faria e o caso está em fase de instrução, ou seja, coleta de provas e depoimentos para que a magistrada avalie se os PMs irão ou não a júri popular. Os advogados dos policiais negaram intenção de matar Wallace no processo e desqualificaram a versão da testemunha ao dizerem que naquela noite os PMs sofreram ataque a tiros na comunidade, ferindo dois deles por suposta represália à morte do menino.

José foi morto quatro dias depois de ter ser intimado a participar da audiência em que seria ouvido sobre o caso, em 2022. Ele e Rosileni trabalhavam juntos vendendo bebidas e churrasquinhos durante festas e bailes na comunidade.

Foi assim naquele dia 26 de setembro. Na noite anterior, o casal montou a barraca de bebidas para o baile que acontecia na comunidade e Zé Careca decidiu voltar para a casa para descansar um pouco, já que ele tinha problema na coluna e não podia fazer muito esforço, enquanto Rosileni tomava conta. De vez em quando, como naquele dia, ela contratava algum morador para ajudá-la por conta das limitações do marido.

Por volta das 4h manhã, Rosileni ligou para José para avisar que estava acontecendo operação policial pois tinha ouvido barulho de tiros. “Ele sabe que quando tem operação, eu fico nervosa. Se ninguém for me tirar ali do lugar, eu fico ali, as minhas pernas travam, só sei chorar”, lembra ela.

Alguns barraqueiros, como são chamados os ambulantes locais, lhe ajudaram a se proteger na casa de amigos, mas o marido já tinha saído de moto para buscá-la. Rosileni tentou ligar de volta algumas vezes, sem resposta. Quanto a situação tinha se acalmado, ela tentou retornar para casa e viu a motocicleta dele com a chave na ignição. “Um morador falou que mataram o meu marido, jogaram ele dentro do caveirão e levaram”, conta.

José foi levado já morto por policiais para o Hospital Geral de Bonsucesso com ferimentos de arma de fogo, segundo o prontuário médico. O histórico do registro de ocorrência é semelhante ao que foi feito no caso de Wallace, em 2005. Os policiais Leandro Esperança Padrenosso e Felipe Nascimento Felinto, do Bope, disseram que entraram na comunidade pela Linha Vermelha e, ao ingressarem na Via B3, “a guarnição foi alvo de diversos disparos de arma de fogo efetuados pelos traficantes da região e diante da injusta agressão revidaram”.

Mais a frente, ao continuarem andando, descreveram que viram “um elemento caído ao chão”, com ferimentos de arma de fogo, “portando uma arma de fogo e treze tabletes de maconha”. Os PMs informaram que o levaram ao hospital onde, disseram, “não resistiu e veio a óbito”. O registro do caso tinha inicialmente os dados de Salvador Rodrigues Neto, que é conhecido como Netinho e apontado como uma das lideranças da facção Terceiro Comando Puro (TCP), e está foragido. O documento só foi corrigido com as informações de José uma semana depois.

“Falaram que o meu marido era traficante! Todo o morador de favela é visto como traficante!”, diz Rosileni, indignada, ao lembrar quando foi na delegacia. Um jovem que ajudava Rosileni na barraca de bebidas também confirmou a versão de que era contratado para ajudá-la devido às fortes dores na coluna que Zé Careca tinha e que ele não aguentava trabalhar a noite inteira. Quando começou o tiroteio, disse que pegou Rosileni pelo braço para se protegerem. Moradores lhe disseram que José foi baleado pelos policiais.

José também era testemunha-chave de outra morte em ação policial: a do adolescente Marcus Vinicius da Silva. O jovem foi baleado aos 14 anos a caminho da escola, em 20 de junho de 2018, no Complexo da Maré quando a Polícia Civil, com o apoio do Exército, realizava uma operação na favela, em busca de suspeitos pela morte do investigador Ellery de Ramos Lemos, ocorrida uma semana antes, na Favela de Acari.

José tinha sido a única pessoa a socorrer o menino e relatou à imprensa na época, sob anonimato, que os tiros partiram da polícia. “De bandido não tinha troca de tiro na rua. A única coisa que tinha dando tiro dentro da comunidade era o helicóptero de cima para baixo. Não tinha troca de tiro na comunidade […]. As únicas pessoas que tinham na rua eram eles, porque a rua estava vazia”, disse ao G1.

“É impossível que o Zé estivesse armado, porque a família nunca teve arma em casa e ele não teria condições de atacar policiais pelos problemas de saúde que ele tinha”, ressalta Luís Henrique Linhares Zouein, que integra o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (NUDEDH).

Ele representa Rosileni em uma ação judicial com pedido de indenização por danos morais contra o Estado pela morte de José, ingressada no ano passado e que ainda não teve decisão do Tribunal de Justiça. Rosileni também é atendida pela Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado (RAAVE), vinculada à Defensoria com apoio de outras organizações, para prestar assistência psicossocial.

O defensor colheu 61 declarações de moradores que confirmavam que a vítima era uma pessoa honesta, trabalhadora e que nunca teve passagem criminal para embasar o pedido de indenização. Além disso, o ambulante era aposentado desde 2018 por conta de um acidente de trabalho como bombeiro que aconteceu cinco anos antes. “Ele foi pegar um peso e não conseguiu”, lembra a companheira. Dali, precisou se submeter a cirurgia que acabou evoluindo para uma infecção, e depois passou a usar uma espécie de “marca-passo” na medula óssea, um implante neuroestimulador que buscava aliviar as fortes dores.

Rosileni lembra que, mesmo com as dificuldades, José sempre trabalhava. Casaram-se formalmente em 2011. Como ele também já tinha filhos criados que moravam em outro local, o casal passou a acolher cães e gatos abandonados. “A rua que a gente mora é muito perigosa, passa muita moto, muito carro correndo, e a gente acolhia os bebezinhos. Às vezes as pessoas viam e deixavam nossa porta porque sabiam que a gente gostava de bichinho”, lembra. “Eu via e ficava de coração mole e pegava.”

Dois dos 14 cães que Rosileni tem em casa e que cuidava desde pequenos com o marido | Fotos: arquivo pessoal

Com a morte de José, tudo mudou. Rosileni, que é conhecida como Tia Rose, não conseguiu mais trabalhar nos bailes. “Quem montava a barraca era ele”, diz, com a voz embargada. “Outros barraqueiros até me chamaram para trabalhar junto, mas como eu vou fazer isso? Eu só vou ficar sentada, chorando, lembrando.”

Com o valor de um salário mínimo, a pensão por morte do marido não é suficiente para cuidar dos animais. Ela conseguiu doar os gatos, mas os 14 cães, sendo três de grande porte, ainda vivem com ela. Rosileni desenvolveu depressão e ainda vive com hipertensão, diabetes e uma dor crônica na perna. Há quase um ano, passou a trabalhar como catadora de latinhas para conseguir comprar ração. “A minha preocupação é eles.”

Idosa, não consegue conter os cachorros maiores, como um labrador mestiço e um chow-chow. “Uma vez, eu estava subindo a escada com o pacote de ração e eles vieram em cima de mim e me derrubaram. Eu tomei sete pontos na cabeça”, conta. Em dias que acontecem operações policiais e tiroteios, os animais ficam estressados. “Se eles começam a se atacar, eu não consigo separar.”

A casa também não foi a mesma. “Eu não consigo mais dormir no meu quarto, na cama que ele dormia. Hoje eu fico na sala e não sei mais o que é dormir uma noite inteira de sono porque eu fico preocupada com o que meus bichos vão comer”, lamenta. “O que eu só quero agora é um lugarzinho para eles porque eu não vou abandonar na rua.”

Rosileni afirma que já chegou a buscar abrigos próximos, vereadores da Câmara Municipal e parlamentares da Assembleia Legislativa, além de buscar a Prefeitura e o Ministério Público sem sucesso. O defensor Luís Henrique já enviou ofícios para a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais e não teve retorno.

A principal preocupação dela para conseguir pelos menos retomar um pouco a vida tem sido essa. Depois da morte de José, Rosileni se aproximou de Bruna Silva, mãe de Marcus Vinicius, e de outras mães, além de ir em atos pelas vítimas de violência do Estado. “O que eu sinto quando vou nesses atos é dor, saudade… Não era para gente estar aqui, era para gente estar com a nossa família dentro de casa”, lamenta. “Eu não vou trazer eles dois de volta, mas eu quero a justiça. Se meu marido e meu filho estivessem errados eu não botava a minha cara em televisão, não corria atrás da justiça”, afirma.

Três dos 14 cães que Rosileni tem em casa e que cuidava desde pequeno com o marido | Fotos: arquivo pessoal

A reportagem não conseguiu ter acesso à investigação que tramita na Delegacia de Homicídios da Polícia Civil sobre as mortes de José Henrique e de Marcus Vinicius. Mas a demora da solução do caso do adolescente, que tem quase seis anos, fez dez entidades, incluindo o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, a Defensoria Pública da União e organizações da sociedade civil emitirem, em novembro de 2023, uma nota técnica pedindo a federalização dos casos por entenderem que existe “falta de imparcialidade” da Polícia Civil e “omissão” do MPRJ. A Ponte procurou a assessoria do MPF para saber se o pedido chegou a ser avaliado pela Procuradoria Geral da República, mas não teve retorno.

No processo do pedido de indenização que Rosileni impetrou, a Procuradoria Geral do Estado anexou um relatório do Comando de Operações Especiais dizendo que José era integrante de facção criminosa e atirou contra os policiais do Bope, sem apresentar provas, e afirmando que os PMs agiram em legítima defesa.

Ajude a Ponte!

O documento foi usado para embasar a argumentação que o Estado não teria responsabilidade porque não houve uma “falha” no serviço policial nem comprovação de que os tiros que atingiram a vítima partiram dos policiais. Essa manifestação da PGE data de novembro de 2023, antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar, nesta semana, que o Estado deve indenizar vítimas ou familiares de mortos em operações. Em 2010, Rosileni foi indenizada pela morte de Wallace.

O que dizem as autoridades

A Ponte procurou a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais durante dois dias, sem resposta. Também buscamos a assessoria do gabinete da Prefeitura do Rio de Janeiro, sobre a questão dos cães de Rosileni, que disse que daria retorno, mas não houve resposta. Após a publicação da reportagem, a Secretaria enviou nota informando que “irá enviar uma equipe até o local para avaliar a situação dos animais.”.

A reportagem contatou a assessoria da Polícia Civil sobre as apurações dos casos de José e de Marcus Vinicius, considerando a nota técnica sobre o pedido de federalização. A corporação enviou a seguinte resposta:

As investigações sobre as mortes de Marcos Vinícius da Silva e de José Henrique da Silva estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e são acompanhadas pelo Ministério Público (MP). Laudos periciais foram analisados e testemunhas foram ouvidas. Outras diligências seguem para apurar a autoria e esclarecer todos os fatos.

A Polícia Civil destaca que cada investigação tem suas particularidades, com diferentes graus de complexidade de acordo com o caso concreto, e só é concluída mediante provas consistentes.

Buscamos o MPRJ sobre o ofício de Rosileni a respeito dos animais, a investigação dos casos de José e de Marcus Vinicius e sobre a nota técnica do pedido de federalização. Sobre as investigações e o pedido de federalização, a assessoria disse que a 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro não iria se manifestar. Também disse que a promotora do caso Wallace não se manifestaria. Já sobre a questão dos cães, respondeu:

A 2 ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural da Capital informa que o procedimento 2023.00916112 (recebido via Ouvidoria MPRJ) foi indeferido no dia 21/09/2023 pela promotoria, sob as alegações de que  a referida representação não havia sido instruída com elementos mínimos que caracterizam a existência de danos ao meio ambiente em sua dimensão coletiva [uma vez que não cabe ao MP tutelar direitos individuais], bem como que a atuação do Ministério Público deve se dar de forma subsidiária.

Sem prejuízo, ante a possível situação de risco de pessoa idosa, determinou-se a remessa de cópia da ouvidoria à 3ª Promotoria de Justiça de Proteção à Pessoa Idosa da Capital (Ofício 2aPJMA n. 240/2023), para ciência e adoção de providências cabíveis, bem como expedição de ofícios com cópia da ouvidoria à Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Ofício 2aPJMA n. 238/2023) e à SUIPA (Ofício 2aPJMA n. 239/2023), para ciência e adoção de providências dentro de suas esferas de atribuição.

No dia 26/09 foi encaminhado e-mail à representante dando ciência da decisão de indeferimento. Não foi apresentado recurso, o que motivou o arquivamento definitivo dos autos.

Reportagem atualizada às 13h21, de 18/4/2024, para incluir resposta da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais.

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