Pai entra armado em escola e faz ameaças após falta de presente de dia dos pais, denuncia diretor

Diretor da EMEF Maria Inês Vieira Machado registrou boletim de ocorrência após homem ter apontado e mostrado arma a professoras nesta quarta-feira (16), em Ribeirão Preto (SP)

Fachada da EMEF Profa. Maria Inês Vieira Machado | Foto: reprodução/Google Maps

O diretor de uma escola pública de Ribeirão Preto, no interior paulista, registrou um boletim de ocorrência denunciando que o pai de uma aluna invadiu o local armado reclamando que “a escola não havia feito presente ou lembrancinha para o dia dos pais”, nesta quarta-feira (16/8).

De acordo com o documento, por volta das 13h21 o homem estava acompanhado da esposa e se aproximou das professoras da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Maria Inês Vieira Machado quando elas estavam em horário de almoço. Ele teria entrado na escola “um pouco alterado” e indagado às servidoras o motivo de ausência de lembrancinha e “qual era a concepção que aquela unidade tinha de família”.

Ao ser encaminhado a uma sala privada com as docentes, ainda teria questionado “quanto a suas práticas e atividades desenvolvidas, perguntando por que o livro da escola estaria pedindo um trabalho para casa sobre trabalho X lazer X mulher X sociedade, dizendo que o conteúdo seria de caráter doutrinador e ideológico”.

Depois, ele teria sacado uma arma, apontado para as professoras, colocado-a numa mesa e dito que “se elas não estavam ensinando nada errado não era pra ter medo”. Ele também teria perguntado qual governo teria autorizado o livro. As docentes responderam, segundo o registro, que o livro era oficial do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), autorizado pelo Ministério da Educação (MEC) da gestão federal do governo anterior, ou seja, da administração Jair Bolsonaro (PL).

A esposa do homem teria intervindo para que ele guardasse a arma e “saíram rapidamente da unidade fazendo ameaças de voltar amanhã”, ou seja, na quinta-feira (17).

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A reportagem não conseguiu contatar o homem que teria invadido a escola e ameaçado as servidoras. Para não expor a criança, a Ponte optou por não identificar os pais.

O que diz a prefeitura

A Ponte procurou a assessoria da Prefeitura de Ribeirão Preto sobre o caso e questionou que medidas foram tomadas e se o pai da aluna já havia se comportado de maneira semelhante em outras ocasiões. A assessoria encaminhou a seguinte nota:

A Secretaria da Educação repudia quaisquer atos de violência e a ameaça de um pai aos nossos professores, dentro de uma escola, é inaceitável.

A Pasta tomou as medidas cabíveis no mesmo dia da ocorrência, na última quarta-feira, dia 16, em que um Boletim de Ocorrência foi lavrado e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Importante esclarecer que equipes da Secretaria acompanham a entrada e saída dos estudantes e tem o apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana.

O que diz a polícia

A reportagem questionou a Secretaria Estadual de Segurança Pública a respeito do caso e aguarda resposta.

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