Cabo afirma que disparo foi acidental, pagou fiança de R$ 1.000 e vai responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar)
Um jovem de 24 anos foi morto por um policial militar com um tiro na cabeça na tarde de quinta-feira (1/11) na região de Jardim São Luís, zona sul de São Paulo.
Segundo familiares, Caio Rodrigo Medina Vaz Amâncio trabalhava como motorista do aplicativo Uber e tinha saído com um amigo para buscar seu carro numa funilaria. Ele dirigia um Honda Fit pela Avenida Fim de Semana quando foi atingido pelo cabo Carlos Antonio Ribeiro de Sousa, da 1ª Companhia do 1º BPM.
No boletim de ocorrência, a versão do policial é de que ele e o PM Francisco dos Santos Costa estavam em uma viatura realizando patrulhamento de rotina pelo local quando cruzou com um Honda Fit ocupado por duas pessoas. Ao emparelharem a viatura com o outro veículo, “o encarregado da guarnição com arma em punho acabou efetuando disparo acidental, que culminou com o tiro na cabeça do motorista do outro veículo”. Caio morreu na hora.
O documento também aponta que não foi constatada nenhuma irregularidade com Caio e o amigo.
O cabo Ribeiro de Sousa foi autuado em flagrante, mas pagou fiança de R$ 1.000,00 e foi liberado. O delegado Berneal Firmino de Brito, do 92º DP (Parque Santo Antônio), indiciou o policial por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A arma do PM foi apreendida.
À Ponte, familiares do motorista afirmaram que Caio era muito conhecido na região onde morava, no Capão Redondo, periferia da zona sul. “Era trabalhador, ajudava todo mundo, estava com os documentos na hora que aconteceu. O PM deveria ter pedido para parar e não sair atirando”, declarou Gisele Maria da Silva, de 28 anos, prima de Caio. Segundo ela, o jovem que o acompanhava não consegue falar sobre o caso e que ainda está em choque.
O enterro do motorista está previsto para acontecer às 15h30 no Cemitério Parque Memorial, em Embu das Artes.
Em nota, a In Press, assessoria de imprensa terceirizada da Secretaria de Segurança Pública, informou que a Corregedoria acompanha as investigações.