Lucas Nascimento registrava violência dos policiais durante enquadro a dois homens na Lapa quando acabou preso
Policiais militares do Rio de Janeiro prenderam um professor que registrava agressões durante uma abordagem policial no começo da tarde deste domingo (23/2), no centro da capital fluminense. Os PMs o acusam de facilitar a fuga de duas pessoas.
Segundo relato de ativistas que acompanham Lucas Inácio Nascimento na prisão, o professor de teatro da cidade do Rio de Janeiro viu os policiais abordando dois homens com violência na região da Lapa e começou a registrar as imagens.
Quando um dos PMs percebeu que Nascimento filmava, iniciou-se um bate-boca e, nesse instante, as duas pessoas fugiram dos policiais. Foi quando Lucas acabou preso. A suspeita dos PMs é que os rapazes traficavam drogas.
Vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o momento em que um PM dá um mata-leão para imobilizar o professor, que cai no chão e é contido por mais dois PMs. “Me solta, estão me mantando!”, gritava o homem.
“Que isso, rapá!”, gritou um homem que registrava a prisão. “Está esculachando o homem. Se vai levar, leva direito”, completou uma mulher.
Nascimento está detido no 5 DP (Mem de Sá), no centro do Rio de Janeiro. “Estão o acusando de facilitar fuga, desobediência e desacato”, explicou um ativista do coletivo Papo Reto, que acompanhou Lucas na delegacia.
A Ponte questionou a PMERJ (Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro) sobre o motivo da prisão do professor. Em nota enviada às 11h50 desta segunda-feira (24/2), a corporação explicou que abordaram dois homens na Avenida Gomes Freire após denúncia de uso de drogas, quando o professor interveio.
“Os policiais iniciaram buscas e, na ação, um homem que teria auxiliado na fuga destes dois indivíduos foi abordado, tendo proferido insultos e oferecido resistência na condução à delegacia”, sustentou a PMERJ.
A reportagem também solicitou à Polícia Civil informações sobre o motivo da prisão de Lucas Nascimento e o local no qual ele está preso e espera uma resposta.
*Correção – o texto inicialmente dizia que o professor filmava a abordagem, mas a prisão se deu porque ele questionou a ação violenta.
Atualização às 12h11 de segunda-feria (24/2) para incluir posicionamento da PMERJ.